Alimentos voltam e preços caem
À medida que os caminhões chegam à Central de Abastecimento da Bahia (Ceasa), em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, e os produtos são descarregados, caem, também, nos mercados, os preços das frutas e verduras. Durante a greve dos caminhoneiros, eles estavam nas alturas: era o caso do tomate, que chegou a ser vendido por R$ 10 o quilo,já pode ser encontrado por R$ 3.
Muitos itens, inclusive, tinham desaparecido das bancas, como a cebola branca. O que restou, nem sempre em boas condições, era repassado por R$ 9,99. Agora, é vendido por R$ 5 o quilo.
Outro produto que também estava escasso no comércio era a batata inglesa. Durante a paralisação nacional dos homens da boleia, os poucos fornecedores que ainda possuíam o tubérculo repassavam aos distribuidores o saco com 30 kg por R$ 500. O aumento refletia nas prateleiras onde o produto era comercializado por R$ 12,90 o quilo. Com o fim da greve, o preço despencou: R$ 8.
O comerciante Félix Neto, 22 anos, teve sorte. Diferente de seus colegas de profissão, ele possuía em estoque uma boa quantidade de batata inglesa. O suficiente para vender durante toda a greve. Os tubérculos, mesmo em condições inferiores, eram comercializados. Os fregueses, conta Félix, não deixavam de levar o produto meio murcho para casa.
Com as cargas chegando aos poucos, o preço do saco da batata já caiu para R$ 200, sendo vendido na Feira de São Joaquim por R$ 5. O comerciante Luiz Carlos, 53 anos, ficou de braços cruzados durante toda a greve. Sem fornecedores de cebola branca trabalhando, não tinha como ir à Ceasa. Já abastecido, ele vende o saco da cebola com cerca de 20 kg por R$ 60. O produto vem de Irecê, no Centro-Norte baiano.
O comerciante José Antônio teve prejuízo. Perdeu 400 kg de tomate - 20 caixas. A carga vinda da região da Chapada Diamantina ficou presa em um bloqueio. O que não pereceu está sendo vendido por ele por R$ 20 (a caixa). Os comerciantes repassam o fruto por até R$ 0,80, calcula José, mas na Feira de São Joaquim o quilo é vendido por R$ 3.
Nem na Ceasa, nem na Feira de São Joaquim foi possível encontrar ovos no final da manhã de ontem. Os dois únicos caminhões que chegaram ao centro de abastecimento nas primeiras horas da manhã saíram de lá vazios, em poucos minutos. Cada caminhão chegou carregado com 120 caixas de ovos.
Na Feira de São Joaquim, um único caminhão apareceu pela manhã. Num instante, de acordo com comerciantes do local, o veículo foi descarregado. Vale destacar que mais de 90% dos ovos consumidos na Bahia vêm de fora - são produzidos em estados como Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
A expectativa é de que o abastecimento seja completamente normalizado nos próximos dias - além da Ceasa, a previsão vale para os Núcleos de Abastecimento, Comércio e Serviço de Itapuã e Periperi. Para facilitar o abastecimento, a prefeitura suspendeu temporariamente o decreto que restringe o horário de circulação de caminhões em Salvador.
“O governo vai exigir que chegue à bomba dos postos de abastecimento de combustível, ou seja, chegue ao tanque de todos aqueles que usam o diesel. É necessário que o diesel que está saindo hoje das refinarias chega aos postos”, disse Marun. A declaração foi um recado para as distribuidoras de combustíveis, que calculavam que só poderiam repassar para os consumidores desconto de R$ 0,41 por litro.
Segundo Padilha, o governo está cumprindo “fielmente” o acordo que fez com os caminhoneiros em greve e que garantiram a redução de R$ 0,46 no preço do diesel. O ministro explicou que R$ 0,16 foram descontados após o governo zerar a Cide sobre o diesel (R$ 0,05 e reduzir a alíquota da PIS-Cofins (R$ 0,11).