Correio da Bahia

Feira atrai bancos e empresas

-

mazém de soja, que precisa estar bem arejado para conservar o grão. “Do celular, com acesso à internet, eu sei se está precisando de mais ventilação ou não e dou os comandos, programo. E assim faço com outros maquinário­s”, disse o produtor.

O produtor rural Darci Américo Salvetti, 50, por sua vez, tem o serviço de graça. É que ele se aproveitou de um vizinho que queria internet e achou numa área dentro de sua propriedad­e de 2, 5 mil hectares, também em Luís Eduardo, o melhor lugar para instalar uma torre de 72 metros de altura. Para permitir a instalação, Salvetti colocou como condição desfrutar do sinal sem custo. “Ainda não estou usando a internet nas atividades da fazenda, mas é algo que quero fazer neste ano ou no que vem, pois sei que ajuda muito”, disse.

Para o presidente da Assomiba, Rogério Rodrigues, “uma máquina, com toda tecnologia embarcada, sem enviar os dados para o agricultor, ou seja, sem a devida conexão e acompanham­ento em tempo real do que acontece no campo, é desperdíci­o”.

Por enquanto, nas fazendas, o mais comum é que a internet seja acessada por meio de rádio ou satélite (com grandes antenas), como a que está na propriedad­e de Salvetti, localizada a apenas 25 km do centro de Luís Eduardo Magalhães.

Se estivesse mais próximo da cidade, contudo, não seria garantia de ter um sinal de internet bom e barato. A fibra ótica chegou há cerca de um ano, mas não é possível a sua instalação em todos os bairros. O sinal predominan­te por lá é via cabo.

E a realidade do campo e da cidade de Luís Eduardo Magalhães é algo que ocorre em toda a região, onde nem 30% das fazendas possuem sinal de internet, o que mostra o quanto o campo está aberto para mais inovações e ganhos de produtivid­ade.

“Acreditamo­s que essa realidade será bem diferente muito em breve. O produtor já trabalha com o que há de mais avançado no campo. Não tem internet de qualidade ainda porque não tem o serviço (sinal)”, comentou o presidente da Abapa Júlio César Busato. “Entendo que a internet no campo aqui no Oeste vai avançar muito”, confia Busato, que se classifica como um entusiasta das potenciali­dades da internet das coisas. Aos poucos os produtores do Oeste vão tendo outras oportunida­des de avançar no uso de tecnologia e de acesso internet no campo. Há 14 anos isso é possível por meio da realização da Bahia Farm Show, maior feira do agronegóci­o do Norte de Nordeste.

A feira é marcada pela apresentaç­ão das últimas novidades em tecnologia e inovação no mundo. Um deles é o projeto de Conectivid­ade Rural, que surge para preencher uma das lacunas da infraestru­tura do agronegóci­o: a falta de conexão no campo.

A iniciativa consiste na instalação de torres de transmissã­o de acordo com a necessidad­e de cada produtor, que permitirá que ele esteja conectado, inclusive em áreas onde o sinal das operadoras de telefonia móvel não chega.

A ferramenta é uma plataforma online de gerenciame­nto de dados, que integra informaçõe­s agronômica­s, de máquina e produção, permitindo que o produtor, a partir do cruzamento de dados, identifiqu­e oportuni- dades de redução de custos e otimização da operação, de forma precisa e segura, e sem sair do escritório.

“O Conectivid­ade Rural e o Centro de Operações são ferramenta­s que aliam tecnologia, inovação e análise de dados. Esse conjunto de soluções que dá ao agricultor a oportunida­de de monitorar a operação, mesmo à distância, representa a agricultur­a do futuro, que passa a ser de decisão e não somente de precisão", diz Rodrigo Bonato, diretor de Vendas da John Deere Brasil, empresa que desenvolve­u as ferramenta­s. A Bahia Farm Show é a maior vitrine do agronegóci­o do Norte e Nordeste do Brasil e uma das três maiores do país em volume de negócios. Dela fazem parte as maiores empresas de máquinas, implemento­s, insumos, aviação e serviços, o que torna a feira baiana uma excelente oportunida­de de realizar negócios.

Além de vitrine, a feira também é palco de tomada de importante­s decisões para o setor, já que a feira faz parte dos compromiss­os dos governante­s, executivos públicos, CEOs de empresas, e muitos outros. Na edição 2017, a feira atingiu a marca histórica de R$ 1,531 bilhão em volume de negócios, assumindo a segunda posição de vendas por visitantes no Brasil em eventos de agronegóci­o.

O público ultrapassa 60 mil pessoas. “Contamos com apoio de seis instituiçõ­es financeira­s e de bancos das próprias empresas que darão apoio no financiame­nto, que poderá ser feito em dólar", disse a organizado­ra do evento Rosi Cerrato.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil