Todos nós de certa forma somos dependentes do que ocorre em Sobradinho
sindicatos rurais, enfim. Entregamos aos senadores e deputados, entregamos às instituições de ensino. O país precisa se apossar desse plano.
Há dois ou três anos, Sobradinho estava com um volume útil muito reduzido e quase chegava ao volume morto. E hoje?
A situação dos reservatórios melhorou nesse período úmido entre novembro e dezembro de 2017. Isso permitiu a elevação do nível útil. Há um certo alívio, mas isso não quer dizer que o reservatório tenha se recuperado. Porque a partir de agora teremos o período seco, as chuvas na cabeceira, em Minas, só começam em novembro e dezembro novamente, e até lá é possível chegar com certa segurança. Se houver uma boa gestão e se 2019 for bom, isso pode fazer com que a gente entre em um curso de recuperação dos reservatórios. Sobradinho é o grande pulmão que regulariza as águas a partir do submédio e do baixo São Francisco. Todos somos dependentes do que ocorre em Sobradinho.
Sobradinho depende também do que ocorre no Aquífero de Urucuia, no Oeste da Bahia. Como se encontra o uso das águas subterrâneas na região?
A expansão desordenada da fronteira agrícola naquela área para grandes plantações de soja e milho está provocando a diminuição da vazão de base no tempo de estiagem. A maior parte dos poços ainda é clandestina. Não há controle sobre o número e muito menos sobre a intensidade de exploração em cada poço. O que temos certeza é que o escoamento de base está em processo de declínio. A vazão afluente a Sobradinho está comprometida. É preciso se estabelecer um limite à exploração da água subterrânea na Bahia. Não temos nada contra ampliar a produção. Mas isso tem que ser feito de forma sustentável. Alguns calculam que faltam 100 m3 por segundo de vazão, outros calculam um déficit de 400 m3 por segundo na vazão afluente à Sobradinho.