Festa com o coração na mão
Apesar do jogo tenso e do empate do Brasil contra a Suíça, teve muita festa em Salvador. Mesmo com o resultado diferente do desejado pelos brasileiros, a torcida soteropolitana que lotou o Farol da Barra e o Pelourinho, ontem, não perdeu a animação e mostrou que continua acreditando que desta vez o hexa vem.
Como boa brasileira, a cozinheira paulista Narayana Soares, 25 anos, não desistiu de ver a seleção campeã este ano. “O clima está só esquentando, foi o primeiro jogo”, pontuou a torcedora, que era uma das 20 mil pessoas que assistiram ao jogo no Farol da Barra.
Inconformada com o resultado, a jovem tentava encontrar uma explicação para o que aconteceu na tarde de ontem.“Achei que o Brasil merecia jogar melhor. É inadmissível que gente empate com a Suíça. O problema é que os caras estavam se embolando na hora do ataque”, refletiu.
O jogo foi tenso e deixou muita gente de coração na mão. A todo momento as pessoas gritavam, davam orientações como se os jogadores ouvissem o que estava sendo dito no campo. “Oh, Neymar, pelo amor de Deus...”.
Um dos "técnicos a distância" foi o promotor de vendas Patrick Veiga, 37, que passou por momentos difíceis. Ficou nervoso, gritou e no pós jogo debatia com a família os motivos do empate. “Fizeram uma marcação forte e não deixaram Neymar jogar”, disse sobre a seleção suíça.
“Estou frustrado porque esse foi o primeiro jogo, né? Mas a gente é brasileiro e não desiste nunca, não vai deixar de torcer”, comentou sobre o resultado da partida.
Se o jogo estava tenso, o clima do Farol da Barra estava até tranquilo. Tanto que o casal de professores Emily Cerqueira, 28, e Caio Almeida, 31, levaram até o filho Murilo, de 5 meses, para assistir à partida na Barra.
O casal chamava a atenção por não estar usando as típicas camisas canarinho. Caio disse que era para evitar associação com os protestos políticos que ocorreram na época do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Porém, apesar da falta do uniforme, o coração de torcedor estava batendo pela Seleção, mas evitando fazer previsões.
“Ninguém esperava o 7x1. Então, achei melhor não criar expectativas este ano. Mas a gente torce mesmo assim”, contou, citando a fatídica derrota para a Alemanha na Copa de 2014, que tirou o Brasil da final da competição. E por falar nisso, ele tinha a explicação perfeita.
“A culpa foi nossa. Os alemães ficaram aqui na Bahia, foram bem tratados, comeram comida baiana, ficaram bem nutridos. Era pra dar só alface para eles”, disse o professor, detalhando a tese.
Após o jogo, a banda Jammil subiu ao palco cantando os seus hits. No show, foi feita uma pequena homenagem a Orlando Tapajós, falecido no último sábado (16). "É um ícone, uma pessoa de extrema importância para o Carnaval, pro trio elétrico, que é uma das grandes estrelas da festa. Foi o cara que fez com que o trio tomasse uma proporção para funcionar como um verdadeiro palco andante", comentou o vocalista Levi Lima.
O telão e o show fizeram parte da Arena nº1, ação de marketing promovida pela cervejaria Ambev. O evento acontece em 15 capitais no país, sendo três no Nordeste. Já no Pelourinho, a festa da torcida por embalada pelos tambores do Olodum.