Espanha recebe navios e Itália provoca vizinhos sobre acolhida a migrantes
A Espanha recebeu ontem três navios com imigrantes resgatados no mar. O primeiro a atracar no porto de Valencia foi o Dattilo, da Guarda Costeira italiana, com 274 migrantes. Em seguida, veio o Aquarius, da ONG francesa SOS Méditerranée e dos Médicos sem Fronteiras, que aportou com 106 migrantes. Por fim, chegou o Orione, com mais 249 migrantes. As três embarcações foram impedidas pelo governo da Itália de aportar na costa do país, o que abriu novo capítulo da crise migratória na União Europeia. Os barcos (recebidos por 2.320 pessoas, entre médicos, psicólogos, tradutores, autoridades e voluntários) chegaram à Espanha após o primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, dizer que receberia os migrantes rejeitados pela Itália para evitar uma "catástrofe humanitária". A atitude de Madri, que no sábado (16) já tinha resgatado 933 migrantes do mar, foi elogiada pelo governo francês. O presidente Emmanuel Macron afirmou que os migrantes que desembarcassem em Valencia e desejas- sem ir para a França seriam acolhidos. Enquanto a Espanha recebia mensagens de apoio por acolher os navios, o governo italiano voltou a elevar o tom. O ministro do Interior, Matteo Salvini, agradeceu a Madri por receber os 629 migrantes, resgatados no Mediterrâneo no dia 9 de junho, mas disse desejar que o país liderado por Sánchez receba "66.629 mais". E disse que, "se França, Malta, Portugal e outros países europeus também receberem migrantes resgatados de barcos contrabandistas, seremos mais felizes".