Correio da Bahia

No currículo, mais de 60 trios Tapajós: ‘Quero um trio pra mim’

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Se Dodô e Osmar deram à luz ao trio elétrico, Orlando assumiu o filho. Era assim que muitas personalid­ades do Carnaval costumavam se referir a ele – foi Tapajós o responsáve­l pelo desenvolvi­mento do trio e pela estrutura mais parecida com a que existe hoje. Foi ele quem criou a carroceria de metal, colocou banheiro, escadas e até elevador.

Ao longo de todos esses anos, foram mais de 60 Trios Tapajós – todos próprios. O primeiro, ainda sem o nome de batismo, veio na época que ainda era diretor do Flamenguin­ho, antigo clube de futebol do bairro de Periperi. Na época, dariam uma festa, e Orlando contratou um trio que não apareceu. Chateado, teve a ideia que mudaria tudo dali para frente.

Sem qualquer conhecimen­to na área e sem nunca ter imaginado ter um trio elétrico na vida, Orlando decidiu que criaria o seu próprio. “Peguei o microfone e falei para o povo: vou fazer um trio para mim. O povo aplaudiu muito”, contou, em entrevista ao CORREIO, em janeiro deste ano.

Seu Orlando aprendeu justamente com Dodô. Ele recorreu ao artista porque ele tinha lhe prometido que, se um dia quisesse, lhe ensinaria o ofício dos trios. O nome ‘Tapajós’ foi uma sugestão do pai de Orlando e deu origem a vários ‘jós’: Marajós, Valnejós...

Nascido em Salvador, Orlando Tapajós teve sete filhos de três casamentos. Ele deixou 11 netos e cinco bisnetos, além do seu maior legado: o trio elétrico.

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