Artistas lamentam morte; ‘ um gênio despretensioso’, diz Brown
Por tantos feitos, muitos artistas quiseram agradecer a Seu Orlando. Para Carlinhos Brown, o construtor de trios era um ‘gênio despretensioso’. “Eu me lembro muito bem, ainda adolescente, a quantidade de músicos que Seu Orlando empregava na Praça da Sé, onde ele tinha um escritório. Ele foi o primeiro a levar o trio para fora da Bahia, a expandir esse segmento. Acredito que hoje, ao lado dos outros gênios Dodô e Osmar, ele está olhando por nós, pela nossa alegria, pelo nosso desejo de celebrar a vitória da vida. Obrigado Seu Orlando Tapajós. Até um dia”, declarou o músico, via assessoria.
Bell Marques contou que nunca esqueceu da primeira vez que viu o Trio Tapajós, com toda sua imponência e luzes. O músico lembrou do sorriso de Seu Orlando, que, segundo ele, iluminava a Praça Castro Alves.
“Orlando Campos foi o xerife, o rei, o maior folião, foi o pôr-do-sol, e o amanhecer da Praça. Essa parte da cidade recortada e enladeirada, durante muitos Carnavais das nossas vidas, ouviu e cantou ao som do Trio Tapajós, que, soando suas guitarras elétricas, levava alegria ao povo da Bahia. Você, Orlando, de maneira inconsciente, carregou uma grande responsabilidade”, escreveu Bell.
Amigos dos netos de Seu Orlando, Rafa e Pipo Marques conheciam o construtor de trios desde crianças. “Crescemos ouvindo falar da importância dele e como a música da Bahia e nosso Carnaval deviam alguma coisa a Seu Orlando, mesmo sem ele ter pedido nada em troca! Hoje entendemos, ‘de cima do caminhão’, como ele foi importante para essa história”, disseram os irmãos.
A Rainha do Axé, Daniela Mercury, fez uma homenagem ao carnavalesco em suas redes sociais. “Um abraço para meu querido Orlando Tapajós, que construiu e aperfeiçoou tantos e tantos trios elétricos, esse palco sagrado do Axé, que leva nossa arte pelas ruas do mundo! Viva Seu Orlando e sua alegria”, postou, ao lado de uma foto do construtor de trios.
Para Margareth Menezes, Seu Orlando expandiu o trio elétrico para o mundo. “Ele, juntamente com Dodô e Osmar, são os pais desse equipamento tão importante para a Bahia e para o Brasil, já que hoje o trio é usado em vários tipos de manifestações públicas e sociais, que vão de festa à missa. Orlando Tapajós deixa um lindo legado para nós e para as gerações futuras. Merece nosso carinho e reconhecimento.”