Correio da Bahia

OS LIVROS DE FRANKLIN CARVALHO

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pelo restaurant­e num velho casarão, pela barbearia, pela farmácia, pelo circo, pelo cemitério...

O livro nasceu por causa do interesse de Franklin pela morte. Ele chegou a ensaiar fazer um mestrado em Antropolog­ia sobre a morte no catolicism­o popular, mas, no caminho, desistiu e enviesou para a literatura. “O meu interesse no tema era muito mais artístico que religioso. Então, decidi me aprofundar nisso, porque, na arte, não tinha muito material”, afirma.

Franklin então começou a fazer entrevista­s, já pensando no livro. Conversou, por exemplo, com viúvas da cidade onde ele havia nascido. “Minha mãe ficou viúva quando eu era criança. E me chamava a atenção a forma como as mulheres lidavam com o luto. Eu notava, por exemplo, como elas eram solidárias umas às outras”.

Galego, o menino narrador de Céus e Terra, nasceu de um interesse especial do autor por órfãos, observa Franklin: “Acho que órfãos são mais jogados na vida. Galego foi criado pelos padrinhos, que exploravam o trabalho dele e nem o chamavam por um nome. Ele próprio não sabia qual era seu nome. Ele não tinha direito sequer a um nome”.

Mas o autor avisa que, embora tenha realizado pesquisas, não se trata de uma obra científica nem religiosa. “Preferi me basear mais nas conversas que ouvi nas ruas, nas lendas que escutei. Nas crenças, como a do que ocorre com o bebê que morre sem ter sido batizado...”, afirma Franklin. O Encourado O autor cria uma origem para o Encourado, um vampiro do folclore brasileiro que teria sido descoberto por uma pesquisado­ra chamada Nina Balle

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