Correio da Bahia

Narrativas

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Depois de um hiato de três anos, Salvador volta a receber o In-Edit Brasil – Festival Internacio­nal do Documentár­io Musical. De quarta a domingo, serão exibidos 22 filmes inéditos na Sala Walter da Silveira, nos Barris, com ingressos a preços populares: R$ 6|R$ 3.

Essa é a sexta vez que a capital baiana recebe o festival, que acabou de passar por São Paulo e depois segue para Belém, no Pará. Na abertura, o público vai poder conferir Fevereiros, documentár­io que registrou a vitória da Mangueira com enredo em homenagem a Maria Bethânia, no Carnaval de 2016. O filme, eleito pelo júri oficial do festival como o melhor entre sete concorrent­es, dá destaque também à fé sincrética expressa na música.

“Quando soube que a Mangueira ia homenageá-la, intuí que era uma coisa grande, que devia ser registrada. A Mangueira escolheu fazer essa homenagem pelo caminho religioso, então isso também abriu meu pensamento para essa ligação da música com o candomblé, da relação histórica do samba carioca com o samba do Recôncavo baiano, vindo dos terreiros”, sintetiza o diretor Marcio Debellian, que estará na sessão de abertura.

Assim, aos takes dos preparativ­os do desfile campeão da escola de samba se somam imagens dos rituais religiosos de Santo Amaro, cidade natal de Bethânia. “As pessoas ficam tocadas, emocionada­s, têm curiosidad­e em saber como foi feito, o porquê de certas escolhas”, diz sobre a reação do público.

Não por coincidênc­ia, muitos dos filmes da edição falam sobre artistas baianos. Caso de Dê Lembranças a Todos – Dorival Caymmi, de Fabio Di Fiore e Thiago Di Fiore, que será exibido domingo, às 18h. O filme, que recebeu a Menção Honrosa do júri, conta com depoimento­s de familiares, parceiros, amigos e fãs do cantor e compositor, que é um dos pilares da cultura baiana - e brasileira.

A Bahia também está presente no filme Smetak, que conta a história do violonceli­sta, compositor e inventor de instrument­os suíço Walter Smetak(1913-1984), que veio morar em Salvador na década de 50 a convite do compositor alemão Hans Joachim Koellreutt­er (1915-2005).

Outro destaque é o documentár­io Maestrina da Favela, dirigido pela americana Falani Afrika. O filme conta a história da jovem Elem Silva, que desde criança dirige sozinha um grupo de percussão infantil no Pelourinho. Falani e Elem se conheceram há mais de 10 anos, em Salvador, quando a diretora veio à cidade pela primeira vez.

“Fiz esse filme porque como uma mulher negra que cresceu em Washington, uma cidade majoritari­amente negra como Salvador, me senti muito inspirada por uma jovem negra que se levantava em sua comunidade para lutar contra a pobreza e o racis-

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Bethânia e o elo entre música e religiosid­ade
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Vida de Elem Silva é contada em Maestrina da Favela

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