Rui evita política e eleições durante desfile do bloco governista
A pouco mais de um mês da campanha, o governador
Rui Costa (PT) evitou falar sobre a sucessão estadual durante sua passagem pelo cortejo do 2 de Julho. Em vez da disputa, o petista preferiu elogiar a tradição cívica de uma das datas mais festejadas da Bahia e minimizou a importância do evento como trampolim para políticos.
“A repercussão de eleição é nula. É um evento político porque a data é simbólica, e não porque se mova pelo calendário eleitoral. Essa festa tem um cunho cívico, histórico, porque o povo baiano tem muito orgulho de ter concluído a independência do Brasil na batalha do 2 de Julho. São 7h30, dia de jogo do Brasil, as ruas estão lotadas desse jeito. É sinal da paixão do povo pela nossa história”, pontuou.
Evitando emitir opiniões sobre assuntos que não fossem relacionado à data, o governador foi lacônico nas suas respostas. A economia de palavras de Rui veio até mesmo diante de questionamentos sobre a segurança pública, ponto sensível de sua gestão. “No debate da eleição, vamos enfrentar o tema. Depois a gente conversa sobre essa questão. Aqui não dá”, disse.
Sobre a eleição presidencial, o governador disse que ainda não tem candidato definido e insistiu no ex-presidente Lula, que cumpre pena em Curitiba. “Vamos aguardar o que vai acontecer. Se depender de mim, o candidato é Lula”, afirmou.
Ao lado do governador, caminharam secretários, deputados e lideranças políticas. O pré-candidato ao Senado, Ângelo Coronel (PSD), presidente da Assembleia Legislativa, estava colado em Rui e até levou torcida uniformizada. Ponto polêmico da chapa, a candidatura de Coronel foi até mesmo alvo de reclamação de uma eleitora que cumprimentou o petista.
“Governador, tem que ter uma mulher na sua chapa. Tem que tirar Coronel e botar Lídice (da Mata, atual senadora)”, disse a mulher. Rui, como de costume, só sorriu. “É natural, cada um tem as suas preferências. Chapa é que nem uma seleção, cada um tem o time ideal, mas no fim só tem espaço para um”, comentou, sobre a exclusão da senadora das eleições majoritárias.
O outro candidato ao Senado, o ex-governador Jaques Wagner (PT), seguiu separado de Rui, um pouco mais à frente da comitiva. Talvez pela tranquilidade de quem já é um rosto conhecido pela maioria dos baianos, ele preferiu seguir longe do empurra-empurra.
Durante o caminho, Rui acenou para o público, atendeu eleitores que se aproximavam para cumprimentá-lo, dar um abraço ou tirar uma selfie. Até pétalas de rosas de uma militante chegou a Rui. “É sempre bom estar junto à população”, comentou.
Indagado se a recepção recebida era termômetro de popularidade ou um bom sinal para a campanha eleitoral, Rui foi cauteloso. “Tranquilo não estou, tem que trabalhar”, disse Rui, que seguiu acompanhado de deputados estaduais e federais do PT, como José Neto, Jorge Solla, Bira Coroa, além dos secretários estaduais Fábio Vilas-Boas (Saúde) e Nestor Duarte (Administração Penitenciária).