MITOS E VERDADES
“Celular explode e queima nádegas de comerciante”. “Celular explode e mata jovem”. “Celular explode e queima orelha de dona de casa”. Manchetes como essas já não são raridade em jornais e sites e sempre nos deixam apreensivos.
Cada vez mais finos e multitarefas, os celulares não saem das mãos, a maior parte dos dias, da maioria das pessoas. Se, no princípio, o celular tinha como única função a de realizar ligações, hoje a realidade deixa o alerta ainda maior para os riscos que tê-lo em mãos pode causar, já que ele funciona, para muitos, quase como uma segunda pele: para trabalhar, para estudar, para o lazer...
Mas, afinal, o que é mito e o que é verdade em relação aos riscos que o aparelho pode causar à saúde humana? Apesar de muitos boatos, como a história de um jovem que perdeu o maxilar ao explodir uma bomba perto da boca por conta de uma traição – e que teve o caso divulgado como sendo consequência da explosão de um celular – outros episódios, como o da Samsung com o Galaxy Note 7, por exemplo, mostram como uma falha de design e fabricação podem terminar em problemas reais.
O aparelho, que causou diversos ferimentos através de explosões, chegou a receber um recall global e até companhias aéreas impediram a entrada dos dispositivos em suas aeronaves.
“Pode explodir sim. Depende da marca e do design, mas também de cuidados que o próprio usuário vem a ter”, afirma o engenheiro eletrônico Marcus Assis. O CORREIO conversou com Assis e outros técnicos para esclarecer sobre o que pode ocasionar explosões de aparelhos.
Em geral, a causa dos acidentes envolvendo o pipoco de aparelhos está no aquecimento excessivo da bateria, que é preparada para aguentar até cerca de 135°C – acima dessa temperatura, o clima começa a esquentar dentro do aparelho.
O perigo ocorre porque as baterias são feitas a partir de uma composição química que conta, principalmente, com um produto chamado lítio. Caso esse produto “saia do seu lugar” e se misture com outros, a diferenciação dos componentes químicos ocorre, gerando assim, uma possível explosão.
Por isso, caso a bateria esteja aquecida ou violada de qualquer maneira, o risco é existente. Em contato com o ar, esse material entra em combustão. É aí que a explosão rola de fato. A combustão do lítio pode elevar a temperatura a 800°C, provocando chamas e causando queimaduras.
Confira dicas dadas pelos especialistas para evitar essas pequenas (ou grandes) tragédias e para aumentar a vida últil de seu celular. Tirar ao carregar 100%? Os aparelhos produzidos a partir de 2017 não precisam necessariamente ser removidos da tomada assim que a carga da bateria estiver completa. As sobrecargas aconteciam com as baterias mais antigas. Os carregadores originais já possuem tecnologia inteligente que cessa o envio de energia. mostrou que o nível de radiação dos aparelhos não provoca anomalias no DNA humano. Para trazer danos às células humanas, a radiação não ionizante precisaria ser dez vezes superior.
Pode explodir um posto de gasolina? Um celular não tem voltagem suficiente para causar uma explosão em um posto, mas pode colaborar com a amplitude de um incêndio.
5. Evitar quedas e não sentar em cima do telefone Caso a bateria seja violada, o risco dos componentes químicos serem misturados e gerarem uma explosão é real. Com a queda, além dos furos, pode ocorrer, ainda, uma falha no faiscador, um item de segurança no celular que serve de filtro, separando os polos positivo e negativo da bateria. O curto-circuito gera uma faísca – e essa faísca gera calor. Como a bateria do celular é bem compacta e o aparelho não tem nenhum tipo de ventilador, o calor fica preso e o celular se torna uma pequena panela de pressão. Por isso, é fundamental que, após queda, o celular seja verificado e, de preferência, a depender do impacto, levado à assistência técnica.