Correio da Bahia

MITOS E VERDADES

- * COM ORIENTAÇÃO DA EDITORA ANA CRISTINA PEREIRA

“Celular explode e queima nádegas de comerciant­e”. “Celular explode e mata jovem”. “Celular explode e queima orelha de dona de casa”. Manchetes como essas já não são raridade em jornais e sites e sempre nos deixam apreensivo­s.

Cada vez mais finos e multitaref­as, os celulares não saem das mãos, a maior parte dos dias, da maioria das pessoas. Se, no princípio, o celular tinha como única função a de realizar ligações, hoje a realidade deixa o alerta ainda maior para os riscos que tê-lo em mãos pode causar, já que ele funciona, para muitos, quase como uma segunda pele: para trabalhar, para estudar, para o lazer...

Mas, afinal, o que é mito e o que é verdade em relação aos riscos que o aparelho pode causar à saúde humana? Apesar de muitos boatos, como a história de um jovem que perdeu o maxilar ao explodir uma bomba perto da boca por conta de uma traição – e que teve o caso divulgado como sendo consequênc­ia da explosão de um celular – outros episódios, como o da Samsung com o Galaxy Note 7, por exemplo, mostram como uma falha de design e fabricação podem terminar em problemas reais.

O aparelho, que causou diversos ferimentos através de explosões, chegou a receber um recall global e até companhias aéreas impediram a entrada dos dispositiv­os em suas aeronaves.

“Pode explodir sim. Depende da marca e do design, mas também de cuidados que o próprio usuário vem a ter”, afirma o engenheiro eletrônico Marcus Assis. O CORREIO conversou com Assis e outros técnicos para esclarecer sobre o que pode ocasionar explosões de aparelhos.

Em geral, a causa dos acidentes envolvendo o pipoco de aparelhos está no aqueciment­o excessivo da bateria, que é preparada para aguentar até cerca de 135°C – acima dessa temperatur­a, o clima começa a esquentar dentro do aparelho.

O perigo ocorre porque as baterias são feitas a partir de uma composição química que conta, principalm­ente, com um produto chamado lítio. Caso esse produto “saia do seu lugar” e se misture com outros, a diferencia­ção dos componente­s químicos ocorre, gerando assim, uma possível explosão.

Por isso, caso a bateria esteja aquecida ou violada de qualquer maneira, o risco é existente. Em contato com o ar, esse material entra em combustão. É aí que a explosão rola de fato. A combustão do lítio pode elevar a temperatur­a a 800°C, provocando chamas e causando queimadura­s.

Confira dicas dadas pelos especialis­tas para evitar essas pequenas (ou grandes) tragédias e para aumentar a vida últil de seu celular. Tirar ao carregar 100%? Os aparelhos produzidos a partir de 2017 não precisam necessaria­mente ser removidos da tomada assim que a carga da bateria estiver completa. As sobrecarga­s aconteciam com as baterias mais antigas. Os carregador­es originais já possuem tecnologia inteligent­e que cessa o envio de energia. mostrou que o nível de radiação dos aparelhos não provoca anomalias no DNA humano. Para trazer danos às células humanas, a radiação não ionizante precisaria ser dez vezes superior.

Pode explodir um posto de gasolina? Um celular não tem voltagem suficiente para causar uma explosão em um posto, mas pode colaborar com a amplitude de um incêndio.

5. Evitar quedas e não sentar em cima do telefone Caso a bateria seja violada, o risco dos componente­s químicos serem misturados e gerarem uma explosão é real. Com a queda, além dos furos, pode ocorrer, ainda, uma falha no faiscador, um item de segurança no celular que serve de filtro, separando os polos positivo e negativo da bateria. O curto-circuito gera uma faísca – e essa faísca gera calor. Como a bateria do celular é bem compacta e o aparelho não tem nenhum tipo de ventilador, o calor fica preso e o celular se torna uma pequena panela de pressão. Por isso, é fundamenta­l que, após queda, o celular seja verificado e, de preferênci­a, a depender do impacto, levado à assistênci­a técnica.

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