Boeing compra 80% da brasileira Embraer
A americana Boeing acertou a compra de 80% da divisão de jatos comerciais da brasileira Embraer por US$ 3,8 bilhões (R$ 14,8 bilhões). Um memorando de entendimentos foi assinado ontem, mas a conclusão do negócio está prevista para ocorrer apenas no segundo semestre de 2019.
As duas companhias agora correm contra o tempo para fechar os detalhes finais do acordo e submeter à aprovação do governo brasileiro, que possui poder de vetar a transação. Os envolvidos na operação desejam levar o assunto ao governo antes do fim do mandato do presidente Michel Temer.
O atual governo já expressou sua simpatia pelo negócio, mas essa percepção pode mudar dependendo de quem for o vencedor das eleições presidenciais de outubro. Depois disso, ainda será necessário obter o aval dos órgãos de defesa da concorrência de diversos países.
De acordo com o memorando de entendimentos assinado com a Boeing, os ativos da divisão de jatos comerciais da Embraer, que hoje representam mais de 60% do faturamento de cerca de US$ 6 bilhões da fabricante de aviões brasileira, serão transferidos para a nova empresa, cujo nome ainda não está defini- do. A nova companhia terá sede no Brasil, mas será uma subsidiária integral da Boeing, que deterá o comando da gestão, indicando o CEO e toda a administração. A Embraer será acionista minoritária, com 20% e deve ter um assento no conselho.
Ainda há alguns pontos em aberto no acordo. Não está definido, por exemplo, o destino dos US$ 3,8 bilhões a serem pagos pela gigante americana. A expectativa é que parte dos recursos seja reinvestida na empresa e parte seja embolsada pelos acionistas da Embraer, cujo capital é bastante pulverizado.
Também não há previsão de transferência da área de montagem de jatos comerciais da Embraer, que hoje é feita na fábrica em São José dos Campos (SP). Mas não está acertado se o acordo trará