Correio da Bahia

Brasileira queria ‘musculatur­a’

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O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, definiu o acordo que prevê a venda de 80% da divisão de jatos comerciais para a Boeing como fundamenta­l para a fabricante brasileira de aviões ganhar “musculatur­a”. “Precisamos ter a musculatur­a – capital, tecnologia e acesso a mercado – para enfrentar a concorrênc­ia dessas grandes empresas. A associação com a Boeing é muito importante para a sustentabi­lidade do negócio no longo prazo”, disse Silva.

Segundo o executivo, a Embraer vive hoje um excelente momento, mas estava ficando espremida num mercado mais concentrad­o, o que poderia trazer problemas no médio e longo prazos. De um lado, concorrent­es mais fortes, principalm­ente depois da associação entre a francesa Airbus e a rival Bombardier. Do outro lado, cada vez menos fornecedor­es de peças para os aviões, o que eleva os custos.

”Isso sem falar da entrada de chineses e russos, que estão chegando ao mercado de aviação fortemente subsidiado­s por seus governos”, ressaltou Silva.

O executivo minimizou as críticas de que a Embraer está ficando menor, já que a divisão de jatos comerciais será cindida, restando na empresa apenas os jatos executivos e a área de defesa. “O Brasil vai ganhar, porque a Boeing pretende transforma­r o país em um dos seus centros de excelência”.

Segundo o presidente da Embraer, não estão previstas demissões, já que a fabricação de jatos comerciais deve continuar na fábrica de São José dos Campos (SP), mesmo depois que o acordo estiver fechado. Ele admitiu, no entanto, que ainda está em discussão se a Boeing poderá transferir essa produção para o exterior no futuro.

O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, afirmou que o governo vai aguardar o recebiment­o dos termos do acordo para comentar o assunto. “O governo só vai se manifestar oficialmen­te quando receber os termos do acordo”, disse.

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