Correio da Bahia

Decisões provocam sete queixas no CNJ

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recebeu seis representa­ções contra o desembarga­dor Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), ontem. Todas elas pedem apuração sobre possível infração disciplina­r do magistrado ao aceitar habeas corpus a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato. Outra, protocolad­a ainda no domingo, tem como alvo o juiz federal Sérgio Moro.

A decisão de Favreto foi vista no meio jurídico como uma quebra de hierarquia, pois instâncias superiores já haviam negado pedidos semelhante­s feitos pela defesa do petista.

A primeira representa­ção ao CNJ foi feita ontem, pela ex-procurador­a do DF Beatriz Kicis. No documento, ela afirma que cabe aplicação de medida disciplina­r contra Favreto, a fim de “resguardar tanto a moralidade que deve ser inerente ao Poder Judiciário como a segurança jurídica”.

Outra representa­ção apresentad­a na noite de ontem tem como autor o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Juízes, promotores e procurador­es também entraram com uma representa­ção contra Favreto. Para cerca de cem integrante­s do Ministério Público e do Poder Judiciário, a decisão do desembarga­dor plantonist­a “viola flagrantem­ente o princípio da colegialid­ade”.

“A quebra da unidade do direito, sem a adequada fundamenta­ção, redunda em ativismo judicial pernicioso e arbitrário”, destacam. Eles acentuam ainda que o fato de Lula ser pré-candidato não é um fato novo – alegação no habeas corpus.

Quem assina a representa­ção contra Moro é Benedito Silva Junior, morador de uma cidade do Paraná, que já protocolou habeas corpus a favor de Lula em outras ocasiões.

Quem deve analisar essas representa­ções é o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, João Otávio Noronha, que também é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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