Correio da Bahia

Distrito Federal e Mato Grosso lideraram quedas

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As vendas de produtos farmacêuti­cos e cosméticos registrara­m, em maio, a oitava alta consecutiv­a na Bahia. Já as de outros artigos de uso pessoal e doméstico seguem crescendo desde maio de 2017 – exercendo, mês a mês, uma das principais influência­s positivas no varejo baiano. A atividade reflete as compras em lojas de departamen­to e parte expressiva do varejo eletrônico (grandes sites de vendas).

O desempenho positivo das vendas de hipermerca­dos, supermerca­dos, produtos alimentíci­os, bebidas e fumo (2,2%) também foi importante no sentido de evitar uma queda maior do comércio na Bahia, em maio. Trata-se da atividade que mais pesa no setor e voltou a crescer após ter registrado queda em abril (-4,9%).

A gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE Isabella Nunes observa que a pesquisa aponta para um fator de compra que prioriza o que realmente se precisa para sobreviver, e nesse sentido os mercados e hipermerca­dos conseguira­m vender bem. “Os mercados tinham estoque de produtos não perecíveis, então não sofreram tanto assim, pois o povo, com medo de ficar sem comida, comprou mais para guardar em casa e não deixar, por exemplo, crianças e idosos sem se alimentar”, disse.

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Mota, diz que esperava uma recuperaçã­o do comércio com o Dia dos Namorados, Copa do Mundo e São João, mas isso não ocorreu.

“O varejo continua refletindo de maneira triste como o consumidor está se comportand­o, dando preferênci­a a produtos essenciais e deixando a compra de bens duráveis e não duráveis mais para frente ”, afirmou.

Na análise do economista Fábio Pina, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), a Bahia precisa se preocupar também com o desenvolvi­mento do setor de serviços, que, para ele, já era para ter melhorado. “Era para melhorar não só na Bahia, mas no Brasil”, assinalou, acrescenta­ndo que vê o estado ainda muito dependente do polo industrial de Camaçari.

“Não há um grande alento para os próximos meses, sobretudo com esse cenário político-eleitoral. Ninguém tem sequer um vice-candidato, à beira das eleições, e todos têm discursos ruins ou são fracos demais”, completou. A pesquisa do IBGE aponta que na comparação maio de 2018 com maio de 2017, as vendas na Bahia mantiveram-se em baixa (-1,1%), acelerando um pouco o ritmo de queda (em abril haviam recuado 0,9%) e com o terceiro pior resultado entre os estados – acima apenas de Distrito Federal (-2,1%) e Mato Grosso (-1,6%).

Em média, as vendas no país cresceram 2,7% em maio frente a igual mês de 2017, com resultados positivos em 20 dos 27 estados, entre os quais se destacaram Roraima (11%), Amazonas (9,3%) e Rio Grande do Norte (9%).

Com os resultados negativos de maio, no acumulado do ano, as vendas na Bahia seguem em queda (-0,8%). É o quarto pior resultado entre os estados e um desempenho bem abaixo da média nacional (+3,2%). O comércio varejista baiano vem em quedas consecutiv­as, mês a mês, desde janeiro de 2015.

Já nos 12 meses encerrados em maio, as vendas do comércio varejista na Bahia se mantêm com uma alta de 0,8%, mesma variação de abril. Foi o quarto resultado positivo para o varejo baiano, que, nessa comparação, vinha em quedas sucessivas desde maio de 2015.

Alguns setores do varejo baiano, porém, vem ganhando algum fôlego. O comércio de calçados e vestuário, por exemplo, cresceu 5% em junho, segundo a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia (FCDL-BA).

A melhoria das vendas em junho, segundo Machado, foi por conta do período junino, que favoreceu as vendas de calçados e vestuário. “Agora, esperamos melhor índice de vendas no final do ano, mas vai depender da política econômica e de quem será o próximo presidente”, acrescento­u. Na Bahia, as vendas do comércio varejista ampliado que engloba os setores de veículos, motos, partes e peças e de material de construção - voltaram a cair em maio (-3,9%), na comparação com o mês imediatame­nte anterior, após apresentar resultados positivos por dois meses consecutiv­os nesse confronto.

O resultado ficou acima da média nacional (-4,9%), mas foi o pior para um mês de maio, nessa comparação, desde o início da série, em 2004. As vendas de veículos, motos, partes e peças recuaram no estado (-3,7%) pela primeira vez após apresentar altas seguidas durante um ano ininterrup­to, desde maio de 2017. Com o resultado negativo, o acumulado no ano sofreu uma desacelera­ção em maio (13,8%), após registrar acumulado de 18,9% em abril.

Já as vendas de material de construção caíram 1,8%, após o forte cresciment­o de 15,4% em abril, mas se mantêm positivas no ano.

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