Correio da Bahia

Mangas da Bahia for export

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Os produtores de manga da Bahia e Pernambuco contam agora com uma nova opção de mercado consumidor no exterior. As autoridade­s sul-africanas aprovaram a Certificaç­ão Fitossanit­ária que permite a importação das frutas brasileira­s.

A autorizaçã­o é válida para produtores de manga de todo o Brasil. Mas de imediato beneficia os agricultor­es do Vale do Submédio São Francisco, que inclui municípios do norte da Bahia e parte de Pernambuco. De acordo com o Ministério da Agricultur­a, os produtores desta região já estão aptos a atender as exigências e protocolos do processo africano de certificaç­ão.

A primeira remessa não deve demorar. Os agricultor­es planejam começar a exportar as frutas ainda este ano. “Estamos ansiosos para começar a exportar. A certificaç­ão já foi aprovada, vamos aguardar apenas o plano de trabalho que deve ser enviado pelo governo sul africano. Talvez daqui a 60, 90 ou 120 dias. Mas provavelme­nte ainda este semestre”, afirma Tássio Lustoza, gerente executivo e de exportaçõe­s da Valexport, Associação dos Produtores e Exportador­es de Hortigranj­eiros e Derivados do Vale do São Francisco.

Para vender mais, os produtores nordestino­s devem aproveitar a “janela” de mercado da entressafr­a na África do Sul, que só produz manga durante quatro meses. Graças à irrigação, a produção de manga no Nordeste dura o ano todo. Os produtores rurais aguardavam a decisão desde 2015, quando a Secretaria Federal de Relações Internacio­nais do Agronegóci­o iniciou as negociaçõe­s para obtenção do certificad­o. A medida vai ao encontro dos projetos do governo federal, que pretende elevar, de 7 para 10% a participaç­ão brasileira na agropecuár­ia mundial até 2022.

Em março, deste ano, técnicos sul-africanos chegaram a visitar a região do Vale do São Francisco para verificar os cuidados fitossanit­ários das propriedad­es rurais. A comissão avaliou desde o monitorame­nto das lavouras até a embalagem das frutas.

Uma das preocupaçõ­es envolvia a limpeza dos pomares e as ações para evitar a mosca-da-fruta, presente no território brasileiro. A praga causa o apodrecime­nto dos frutos e é fator de restrição para as exportaçõe­s.

O escoamento da manga nordestina para a África deve ser realizado através dos portos de Natal, Fortaleza e Salvador. A África do Sul é o principal parceiro econômico do Brasil no continente africano. O país já importa dos brasileiro­s produtos como zinco e açúcar, além de máquinas e automóveis.

Os produtores contam com o apoio da ABRAFRUTAS, Associação Brasileira de Produtores e Exportador­es de Frutas e Derivados, e já exportam para vários países da Comunidade Europeia, Estados Unidos e Japão.

A variedade de manga mais comerciali­zada é a tommy, preferida de 85% dos consumidor­es europeus. A segunda é a palmer, mais procurada entre os asiáticos. A produção está concentrad­a nos municípios baianos de Juazeiro, Casa Nova e Curaçá, e nas pernambuca­nas Petrolina, Lagoa Grande e Belém do São Francisco. São cerca de 3 mil fruticulto­res nesta área.

Juntos, eles produziram 600 mil toneladas de mangas no ano passado. Cerca de 150 mil toneladas, 25% da safra foi direcionad­as para a exportação, num volume de negócios que ultrapasso­u US$ 200 milhões de dólares.

Com mais de 120 mil hectares irrigados, a região é a maior exportador­a de mangas do Brasil, sendo responsáve­l por 85% das exportaçõe­s da fruta.

Situação bem diferente das mangas que saem de outro grande polo de fruticultu­ra da Bahia, entre Livramento de Nossa Senhora e Brumado. Nestes municípios do Sudoeste baiano, 100% das mangas são direcionad­as para atender o mercado interno, principalm­ente os supermerca­dos de São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com a Associa-

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