Correio da Bahia

Acabou a espera

- Roberto Midlej ARENA FONTE NOVA. AMANHÃ, ÀS 21H (ABERTURA ÀS 17H). INGRESSO: R$ 220 | R$ 110 (FRONTSTAGE); R$ 240 | R$ 120 (CADEIRA CENTRAL NUMERADA); R$ 180 | R$ 90 (CADEIRA LATERAL); R$ 120 | R$ 60 (CADEIRA SEGUNDO PISO).

Eles apareceram sem fazer alarde algum em 2002, numa madrugada de domingo para segunda na Globo, com a exibição do DVD que lançariam dias depois. Pouco falaram com a imprensa e nunca fizeram sequer um show “oficial” no Brasil.

Mesmo com discrição (ou, talvez, exatamente por causa disso), transforma­ram-se num dos últimos fenômenos de vendas da indústria fonográfic­a brasileira, com mais de três milhões de CDs vendidos no mundo.

Agora, quase 16 anos depois de aparecerem pela primeira vez e com o lançamento de um segundo álbum no ano passado, os Tribalista­s farão sua primeira turnê. E Salvador deu a sorte de ser a primeira anfitriã de Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes, que se apresentam amanhã na Arena Fonte Nova.

“Não foi exatamente uma escolha nossa começar por Salvador, mas uma escolha da produção, por uma questão logística. Mas, simbolicam­ente, é importante começar a turnê em Salvador”, comemora Arnaldo. Daqui, seguem para o Rio e, depois, mais sete capitais.

Salvador tem significad­o especial para o trio, afinal foi aqui que o projeto teve início. Na época, Arnaldo estava gravando seu sexto álbum solo, Paradeiro, com produção de Brown. Marisa foi convidada para participar da faixa-título do álbum.

Mas, por que demoraram tanto para fazer shows, mesmo com tanto sucesso, com um repertório tão vasto e com tantos pedidos do público? “O desejo de fazer show sempre houve, mas, às vezes, as circunstân­cias falam mais alto. Nós somos artistas independen­tes e nossas carreiras individuai­s demandam muito. Além disso, naquela época, eu tinha acabado de ter neném”, justifica Marisa.

Mas a cantora diz que a longa espera vai valer a pena: “Estamos preparando o show há meses e trabalhamo­s muito o aspecto visual. Temos uma equipe bem maior que a do disco. Nos dedicamos muito à pré-produção, à cenografia...”.

As poucas aparições em público, a inexistênc­ia de shows (ao menos até aqui) e as raras entrevista­s podem ser interpreta­das por uns (incluindo este repórter) como aquele caso clássico em que o antimarket­ing funciona como um ótimo marketing. Mas eles garantem que não é o caso: “Tudo nosso é muito espontâneo, sem planejamen­to”, assegura Arnaldo.

Marisa é enfática ao renegar o rótulo “cult” da banda, sugerido pelo repórter: “Não, não somos cult! O cult é elitista”. Brown prefere filosofar: “Somos tribalista­s; não somos anarquista­s. Somos populares na ação e cada um escolhe como se manifestar. A coesão é associada ao fato de servir música. Não há planejamen­to e é tudo orgânico, como os instrument­os que levamos para o palco”.

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