O eleitor está pessimista
A maioria dos brasileiros acredita que as eleições podem melhorar o Brasil – 70% dos eleitores ouvidos na pesquisa Ibope contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem, acreditam nisso totalmente, ou em parte. Entretanto, quase metade do eleitorado se diz “pessimista” ou “muito pessimista” em relação à escolha do próximo presidente da República.
O pessimismo é justificado pela corrupção e o descrédito na classe política. E nem a proximidade das eleições parece ser capaz de alterar o quadro, pelo menos até agora. O nível pessimismo é exatamente o mesmo que foi registrado pela pesquisa no mês de dezembro do ano passado. Para 30% do eleitorado, a corrupção é a principal explicação para o movimento. Logo atrás, com 19%, vem a desconfiança em relação ao governo e aos políticos.
Pelo que os números indicam, superar a descrença nos políticos deverá ser o principal desafio para quem sonha em chegar ao Palácio do Planalto. Apesar do baixo interesse, seis em cada dez entrevistados pretendem prestar muita atenção aos candidatos.
A pesquisa mostra ainda que 61% disseram não ter “nenhum interesse” ou “pouco interesse” nas eleições deste ano. Mais de dois terços dos eleitores afirmam que deixariam de comparecer diante das urnas, caso o voto não fosse obrigatório.
Entre as mulheres, que representam mais da metade do eleitorado, o nível de pessimismo é maior que a média. Entre elas, 47% declaram-se mais pessimistas, ante a 18% que se dizem otimistas. Já entre os homens, são 43% os que estão mais pessimistas, enquanto 28% indicam estar otimistas. Consequentemente, 41% delas relataram ter nenhum interesse nas eleições, percentual que cai para 34% entre os homens.
O eleitorado com renda familiar acima de cinco salários mínimos é o mais otimista e o que tem mais interesse nas eleições, com 28% e 35%, respectivamente. Este público também é o único em que a maioria (55%) afirma que teria interesse em votar, ainda que não fosse obrigatório.