Taxistas dizem como se protegem
Um mês atrás, Adilson Marques, 43 anos, aguardava em seu táxi, na fila do ferry-boat de Salvador, quando dois homens entraram no carro e pediram para levá-los até a Rua 20 de Agosto, em Pau Miúdo. “Quando chegamos lá, um deles me ameaçou com uma arma. Queriam levar o carro, mas desistiram e acabei dando só o celular e dinheiro”, relata.
Adilson levou o caso a uma delegacia, mas não foi possível identificar os assaltantes para recuperar os itens roubados. “Se a câmera de um dos estabelecimentos aqui perto tivesse capturado o rosto dos dois homens, poderia ter tido sucesso em identificá-los”, lamentou o taxista, que apoia a instalação de câmeras nos táxis para maior segurança do motorista.
Roque Rodrigues de Carvalho é taxista há 37 anos e já foi assaltado cinco vezes enquanto trabalhava. Ele acredita que a instalação de câmeras nos táxis ajudaria a reduzir o número de crimes cometidos. “Acho a câmera uma boa ideia, porque, como o rosto fica registrado, é mais fácil identificar a pessoa depois. Quando estabelecimentos com câmera são assaltados, os ladrões geralmente são identificados”, contou.
O taxista Jânio Gonçalves, 37, nunca foi assaltado, mas roda pela cidade com medo. “Já desconfiei de assalto muitas vezes. Não é uma questão de aparência, mas de intuição, talvez por já andar com medo”, explicou. Por não ter como identificar criminosos de vista, Jânio presta atenção no comportamento do passageiro e, se desconfia de algum perigo, encerra a corrida. “Fico desconfiado quando digo que o valor da corrida vai ser muito alto e o passageiro não reclama. Com a situação financeira atual, a gente desconfia quando avisa que vai dar R$ 30, por exemplo, e a pessoa oferece pagar R$ 40”, afirma.
Apesar de nunca ter sido vítima de assalto, Giovani Dias Bonfim, 51, também não consegue trabalhar com tranquilidade. “Gosto de pensar que quem vê cara não vê coração, mas hoje em dia todo mundo é suspeito até que se prove o contrário”, contou.