Correio da Bahia

Taxistas dizem como se protegem

- BEATRIZ SAMPAIO, COM SUPERVISÃO DO CHEFE DE REPORTAGEM JORGE GAUTHIER

Um mês atrás, Adilson Marques, 43 anos, aguardava em seu táxi, na fila do ferry-boat de Salvador, quando dois homens entraram no carro e pediram para levá-los até a Rua 20 de Agosto, em Pau Miúdo. “Quando chegamos lá, um deles me ameaçou com uma arma. Queriam levar o carro, mas desistiram e acabei dando só o celular e dinheiro”, relata.

Adilson levou o caso a uma delegacia, mas não foi possível identifica­r os assaltante­s para recuperar os itens roubados. “Se a câmera de um dos estabeleci­mentos aqui perto tivesse capturado o rosto dos dois homens, poderia ter tido sucesso em identificá-los”, lamentou o taxista, que apoia a instalação de câmeras nos táxis para maior segurança do motorista.

Roque Rodrigues de Carvalho é taxista há 37 anos e já foi assaltado cinco vezes enquanto trabalhava. Ele acredita que a instalação de câmeras nos táxis ajudaria a reduzir o número de crimes cometidos. “Acho a câmera uma boa ideia, porque, como o rosto fica registrado, é mais fácil identifica­r a pessoa depois. Quando estabeleci­mentos com câmera são assaltados, os ladrões geralmente são identifica­dos”, contou.

O taxista Jânio Gonçalves, 37, nunca foi assaltado, mas roda pela cidade com medo. “Já desconfiei de assalto muitas vezes. Não é uma questão de aparência, mas de intuição, talvez por já andar com medo”, explicou. Por não ter como identifica­r criminosos de vista, Jânio presta atenção no comportame­nto do passageiro e, se desconfia de algum perigo, encerra a corrida. “Fico desconfiad­o quando digo que o valor da corrida vai ser muito alto e o passageiro não reclama. Com a situação financeira atual, a gente desconfia quando avisa que vai dar R$ 30, por exemplo, e a pessoa oferece pagar R$ 40”, afirma.

Apesar de nunca ter sido vítima de assalto, Giovani Dias Bonfim, 51, também não consegue trabalhar com tranquilid­ade. “Gosto de pensar que quem vê cara não vê coração, mas hoje em dia todo mundo é suspeito até que se prove o contrário”, contou.

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