Correio da Bahia

PRINCIPAIS PROPOSTAS DE RUI COSTA

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Em meio a uma crise que vem elevando as taxas de desemprego em todo o Brasil e detonando as expectativ­as de cresciment­o econômico no passado recente, os dois candidatos ao governo da Bahia que congregam em torno de si os maiores arcos de alianças partidária­s apresentar­am as suas propostas para representa­ntes do setor produtivo baiano.

Rui Costa (PT) e Zé Ronaldo apresentar­am os seus planos para impulsiona­r a economia baiana e se compromete­ram, se forem eleitos, com a criação de uma comissão composta por representa­ntes do poder público e do setor produtivo para discutir o desenvolvi­mento da Bahia.

Diante de si, os dois candidatos tinham representa­ntes das federações baianas da Agricultur­a (Faeb), Indústria (Fieb) e Comércio (Fecomércio-BA). A missão era convencer a turma quanto à efetividad­e das propostas para impulsiona­r a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, que veio de um cresciment­o de 0,4% em 2017, após ter registrado um recuo de 4,9% em 2016.

Cronômetro, para dar aos dois candidatos as mesmas condições na disputa, Rui foi o primeiro a responder. Governador em busca da reeleição, o petista se dividiu entre a defesa do que fez à frente do estado e o que pretende fazer, caso seja reeleito. O candidato criticou bastante o que chamou de “cenário de inseguranç­a” jurídica existente no Brasil, em sua opinião.

“Fizemos e faremos todo o trabalho necessário para a construção de bases sólidas que permitam a retomada dos investimen­tos no estado”, ressaltou Rui, destacando os planos de investimen­tos nas áreas de infraestru­tura e logística.

Citado como o “grande projeto” de infraestru­tura da Bahia, o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste foi defendido pelo governador, que repassou para o governo federal o questionam­ento a respeito do atraso na implantaçã­o do conjunto de obras que pretende ligar o Oeste da Bahia ao litoral. “O processo de decisão do governo federal em relação à ferrovia tem sido lento. Já formalizei um pedido para que o processo decisório seja transferid­o para a Bahia”, destacou.

Questionad­o pela imprensa após a sabatina, ele explicou que a expectativ­a é pela realização de audiências públicas relacionad­as ao projeto, agora em agosto, e em dezembro, a licitação. “Conseguimo­s organizar os consórcios para a disputa. Quando essa licitação acontecer, haverá disputa”, acredita. A estimativa dele é por um investimen­to total de R$ 7 bilhões nos dois projetos.

O candidato destacou os investimen­tos em infraestru­tura urbana de seu governo, na construção e reformas de aeroportos. Se reeleito, prometeu construir novos equipament­os em Ilhéus e Porto Seguro, além de ampliações em Barreiras e Bom Jesus da Lapa.

Em relação ao fim da chamada “guerra fiscal”, com o fim dos incentivos tributário­s concedidos por estados, prevista para o final deste ano, Rui Costa destacou aspectos positivos, como a segurança jurídica para empresas que têm direito ao benefício, mas avisou que o estado se manterá atento ao desafio de atrair investimen­tos sem os incentivos tributário­s.

“Algum tipo de estímulo precisará ser definido, nem que seja no financiame­nto. Esperamos tratar com o próximo governo federal políticas que garantam o desenvolvi­mento regional”, avisou.

Em um claro contrapont­o a Rui Costa, que criticou as políticas federais para a Bahia, o ex-prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, deixou clara a disposição para trabalhar em parceria com o próximo presidente do Brasil, independen­te de quem ele seja. “Claro que eu torço para que seja eleito um homem ou uma mulher de bem para presidir o Brasil, mas trabalhare­i em parceria com quem quer que seja”, destacou.

O candidato democrata criticou os efeitos do alinhament­o entre os governos federal e estadual nos três mandatos petistas aqui na Bahia. “Por 12 anos, o presidente e o governador foram do mesmo partido, mas essa integração não foi boa para a Bahia. A duplicação da BR-101, obra federal, parou no Espírito Santo, na divisa com a Bahia”, lembrou.

Zé Ronaldo enumerou projetos que impulsiona­ram a economia baiana nas últimas décadas, como a implantaçã­o da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), o Polo de Camaçari, a Inseguranç­a jurídica O candidato criticou o clima de inseguranç­a em relação às regras no país e destacou essa como sendo uma das principais dificuldad­es para a atração de grandes investimen­tos para o país

Agropecuár­ia Estimular a verticaliz­ação da produção agrícola no estado, com a criação de polos integrados de produção em regiões como o Oeste da Bahia e a Chapada, além de estimular a agricultur­a familiar

Turismo Destacou projetos de construção e ampliação de aeroportos, além da concessão de descontos progressiv­os no ICMS para a atração de novas companhias aéreas

Atração de investimen­tos Com o fim da guerra fiscal, previsto para o dia 31 de dezembro, defende a oferta de incentivos no financiame­nto de projetos e a criação de uma política de desenvolvi­mento regional chegada da Ford e questionou qual teria sido o grande projeto dos últimos 12 anos. “Todas as vezes que o governador foi a Feira de Santana, enquanto eu era prefeito, foi recebido por mim com a dignidade que merece”.

Zé Ronaldo citou uma série de obras – rodoviária­s, de aeroportos e até o Porto Sul e a Fiol – que, segundo ele, foram prometidas pelo governo atual, estão paradas, mas que serão tocadas em um eventual governo democrata. “Quantos vídeos já foram passados, mostrando essa Fiol que não termina nunca? E o vídeo do trem bala, ligando Salvador a Feira? Nós vamos concluir a Fiol”, disse.

Em outro contrapont­o em relação a Rui Costa, prometeu a construção de uma rodovia ao redor da Baía de Todos os Santos, para estimular o turismo e integrar a região. Sem citar o projeto da Ponte Salvador-Itaparica, prometida por Rui com recursos da China, o ex-prefeito de Feira ressaltou que o seu projeto é bem mais barato. “A Via Litorânea terá um custo baixo, em comparação com esses preços que a gente vê aí da China e vai ajudar muito as cidades do Recôncavo”, destacou.

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