Correio da Bahia

SETORES QUE TAMBÉM RECLAMAM

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Sincar O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sincar), Júlio César Farias, considera o tabelament­o inaceitáve­l. "Toda vez que tentaram tabelar, os produtores não se sustentara­m. Operaciona­lmente é inviável. Por exemplo, a saca do milho no Mato Grosso custa entre R$ 18 e 20 reais. Com o frete até aqui, o milho acaba chegando a

R$ 25 por saca. Ou seja, o frete é mais caro do que o produto”. Segundo ele, o mesmo acontece com o transporte dos animais. “O quilo do suíno vivo na Bahia atualmente sai por R$ 4,20. O quilo no Mato Grosso é

R$ 2,80. Mas o frete não compensa, porque o frete de lá para cá encarece o produto. Se eu for buscar, acaba chegando aqui por R$ 5. O mesmo ocorre com os bovinos. É sempre assim: se onera o produto, ou cai as vendas ou o consumidor paga a conta".

ABA Um dos setores mais afetados é o da avicultura. Um levantamen­to da Associação de Avicultore­s da Bahia (ABA) mostrou que o frete penaliza o setor em várias fases do processo. "A gente estima que isso vai refletir no custo final do produto em torno de 20 a 25%. O que é muito alto. E ainda há o frete sobre a distribuiç­ão do produto, que também vai sofrer aumento”, diz Dário Mascarenha­s, tesoureiro da ABA. Os representa­ntes do setor admitem que a tendência é a verticaliz­ação da produção, com as empresas montando frota. Os avicultore­s do estado amargaram grandes perdas durante a greve dos caminhonei­ros. Os prejuízos já foram contabiliz­ados. Segundo a associação, eles chegaram a R$ 1,1 milhão no setor de frango vivo, a R$ 780 mil na produção de ovos, e ultrapassa­ram os R$ 22 milhões nos frigorífic­os.Os avicultore­s dizem que a logística é um entrave na capacidade de produção, retém negócios, diminui o fluxo produtivo e desencadei­a danos na manutenção dos postos de trabalho.

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