Tensão com avanço de Haddad
A combinação entre o cenário externo adverso e a apreensão com o quadro eleitoral doméstico levou o dólar à sua terceira alta consecutiva, ontem, com as cotações testando novos patamares. A moeda americana chegou a ser negociada acima de R$ 3,95 pela manhã, mas reduziu o ritmo e fechou aos R$ 3,9142 no mercado à vista, com alta de 0,29%. No acumulado da semana, o avanço do dólar sobre o real foi de 4,23%.
O Ibovespa iniciou a sessão de negócios bastante prejudicado, mas, sob influência da melhora dos índices das bolsas americanas, no meio da tarde, conseguiu encerrar o pregão defendendo o suporte dos 76 mil pontos. A queda foi de 1,03%, aos 76.028,50 pontos. As perdas acumuladas somam 0,63% na semana, chegando a 4,03% em agosto.
Para Glauco Legat, analista-chefe da corretora Spinelli, o desempenho do Ibovespa foi muito mais pautado por questões internas do que externas. Nesse conjunto de fatores que influenciaram o apetite por risco, o especialista em renda variável coloca tanto as pesquisas de intenção de voto quanto notícias no plano corporativo que pesaram sobre os papéis.
Legat cita sondagem divulgada ontem na qual o candidato tucano Geraldo Alckmin se mantém estagnado enquanto Fernando Haddad, eventual substituto do ex-presidente Lula na cabeça de chapa do PT, avança.
O estudo de ontem foi o primeiro divulgado pela XP Investimentos após a definição dos candidatos. No cenário em que o nome de Lula não é considerado, Jair Bolsonaro (PSL) lidera, com 23% dos votos. Marina (Rede) é a segunda, com 11%. Alckmin tem 9%; Ciro Gomes (PTB) 8% e Haddad, 7%. O nome do ex-prefeito de São Paulo apresentou alta de 4 pontos percentuais.
O percentual de votos em Haddad cresceu de 13% para 15% num cenário em que ele é identificado como um candidato apoiado por Lula. A pesquisa da XP foi conduzida pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).