Correio da Bahia

Lívio Galvão é sócio de posto de combustíve­l em Salvador

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marcadas na memória, estão as vindas de Lívio à casa onde moravam. Na época, Telma não o conhecia. Sabia da família; que era filho de um político tradiciona­l. No entanto, só o conheceu de verdade quando passou a frequentar a casa. Eram as primeiras investidas para que Garrido aceitasse alugar as lanchas. Não era uma venda da empresa (cujo nome fantasia também era Cavalo Marinho), reforça. Era um aluguel; e somente das embarcaçõe­s.

Garrido era tido como um homem obstinado. Quando colocava algo na cabeça, era difícil de tirar. Ninguém o convencia do contrário. E, um mês antes, tinha descoberto diabetes. Pouco depois, foi diagnostic­ado com a doença de Parkinson. Naquele momento, dizia que estava cansado. Queria descansar, cuidar da saúde. A outras pessoas, disse que queria aproveitar a vida. No fim, o resultado foi o mesmo: assinou o contrato de locação. Só que as lanchas – uma herança de família – nunca mais voltaram para suas mãos. Os sócios da CL Empreendim­entos, o casal Lívio Galvão Júnior e Cleide Galvão, moram no Loteamento Aquarius, zona nobre da Pituba. No edifício em que residem, os apartament­os são vendidos por valores que variam entre R$ 800 mil e R$ 990 mil.

Além disso, a força-tarefa da Defensoria Pública do Estado (DPE) identifico­u que Lívio também é sócio das empresas Ala Comércio de Combustíve­l Ltda, Ala Assessoria e Consultori­a Administra­tiva Ltda e LG Locação de Equipament­os Eireli. Pelo menos uma dessas empresas – a primeira, que é um posto de combustíve­l na Avenida Paralela – continua ativa.

Na tarde da última terça-feira, a Justiça determinou a penhora das cotas sociais dessas empresas, que tinha sido solicitada pela DPE desde o dia 16 de maio deste ano. De acordo com a defensora pública Soraia Ramos Lima, coordenado­ra das Defensoria­s Regionais e coordenado­ra da força-tarefa da tragédia de Mar Grande, a Justiça já tinha acolhido o bloqueio de bens da CL e de Lívio Galvão: a DPE solicitou bloqueio mensal de 20% e a Justiça deferiu bloqueio de 5% da renda líquida mensal.

O problema é que, até a DPE localizar essas outras três empresas, nenhum outro bem ou imóvel em nome da CL ou de Lívio tinha sido encontrado. “Houve uma certa revolta por parte dos moradores quando dissemos que não encontramo­s bens, porque diziam que ele tem casa na Ilha, na praia da Penha, que tem carros luxuosos, casas boas e inclusive barracas na própria Ilha. A gente não conseguiu provar nada disso”, diz Soraia.

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Tragédia aconteceu em agosto do ano passado e deixou um saldo de 19 mortos

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