Polícia também monitora o caso
Para o delegado João Cavadas, coordenador do Grupo Especial de Repressão aos Crimes por Meios Eletrônicos (GME) da Polícia Civil, Momo trata-se de um golpe com o objetivo de extorquir dinheiro, diferentemente do Baleia Azul. Até o momento, nenhum caso foi registrado em Salvador, nem na Bahia.
Justamente porque não há nenhum tipo de malware (programa malicioso) envolvido, o golpe acaba se dando de forma tradicional, já que a vítima precisa verbalizar as informações. É, portanto, um estelionato, de acordo com Cavadas. “Todos esses golpes só migraram para a tecnologia, porque você atinge um maior número de pessoas, de forma mais rápida, mas tudo isso já existia”, diz ele, citando golpes recentes.
Alguns dos “novos” tipos de estelionato online incluem o pagamento de uma quantia de R$ 300 para entrar na fila de transplante de rins de um hospital na África e o pagamento de R$ 200 para conseguir um cartão de crédito com limite de R$ 200.
A suspeita de que a Momo estivesse relacionada a desafios de asfixia surgiu após a morte de um menino de 9 anos em Recife, no último dia 16. A vítima se enforcou no quintal de casa. À polícia pernambucana, a mãe da criança disse que o menino tinha um celular e usava a internet e teria mostrado para ela a boneca Momo. O delegado João Cavadas informou que entrou em contato com a polícia de Pernambuco, mas as investigações ainda não foram concluídas. “Isso (que teria a ver com a Momo) foi noticiado, mas a gente não sabe o quanto é verdade ou não. Estamos aguardando a investigação deles para ver se tem fundo de verdade”.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos (Nucciber) do Ministério Público (MP-BA), promotor Moacir Nascimento, o caso já é de conhecimento da promotoria. “É algo que ainda está sendo conhecido, a imagem é realmente impactante. E é um contexto de risco, especialmente em se tratando de crianças, já que envolve interação com pessoas estranhas”, comentou.
Ainda segundo o promotor, não é possível afirmar se o MP-BA já investiga denúncias consolidadas sobre a Momo, pois todos as investigações são sigilosas.
Moacir disse, ainda, ao CORREIO que ao receber mensagens de pessoas desconhecidas, o ideal é ignorar e, em nenhum hipótese, fornecer informações pessoais.