Cenário está mais claro, dizem candidatos
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar o registro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vista por candidatos ao Palácio do Planalto como uma deliberação que dará mais clareza à disputa.
Preso e condenado na Lava Jato, Lula lidera as pesquisas de intenção de votos no mais recente levantamento do Ibope/Estado/TV Globo, alcançou 37%. O ex-presidente deverá ser substituído pelo candidato a vice na chapa, Fernando Haddad.
No Ceará, Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o julgamento “clareou (o cenário)”. “Vamos saber agora quem é o candidato”. Seguindo o mesmo tom, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (MDB) afirmou que acaba agora “essa confusão de al- guém que se lança candidato, mas não é candidato e o candidato a vice é que é o candidato”.
Outros dois candidatos, ambos ex-auxiliares de Lula, comentaram a decisão. Marina Silva (Rede) disse, em nota, que o “processo eleitoral poderá prosseguir de acordo com os ritos legais”.
Ciro Gomes (PDT) afirmou que a decisão “infelizmente já era prevista”. “Compreendo a dor e o momento difícil por que passa o PT, mas entendo que a decisão neste momento tornará a campanha mais clara para os eleitores, evitando o trauma e a perplexidade de uma substituição na véspera da eleição”.
Já o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, destaca a necessidade de as leis serem cumpridas. “Estamos presenciando um exemplo prático do que é um país com sua soberania ameaçada. Justiça, investigações, leis, penas, nada disso tem significado diante desta situação. Parte de nossa missão é justamente garantir essa soberania para que nossas leis sejam devidamente cumpridas!”, afirma ele, em sua página oficial, no Twitter.
Ministros do TSE foram alvo de declarações de candidatos contrários à decisão. De um lado, Guilherme Boulos (PSOL) disse que o voto do relator, Luís Roberto Barroso, contra Lula é “escandaloso”. No Twitter, ele afirmou que o julgamento representa “mais um capítulo da desmoralização do Judiciário”. Álvaro Dias (Podemos) comemorou a decisão, mas atacou o ministro Edson Fachin, único voto favorável a Lula. “Literalmente, pisou na bola, como se diz popularmente, sujou sua biografia”.