Correio da Bahia

Oeste é exceção e registra clima favorável

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chuvas irregulare­s ou longos períodos de estiagem.

Na região entre Rio Real e Itapicuru, os índices de chuva não ultrapassa­ram os 32 milimetros no mês de julho. O esperado eram mais de 110 milimetros. Era exatamente neste mês que as lavouras de milho estavam na fase do pendulamen­to, quando a planta precisava de mais água para florescer.

Produtor rural na região, Alfredo Góes Neto plantou 2.300 hectares do cereal. Ano passado chegou a colher 123 sacas por hectare, mas neste ano perdeu 40% da área plantada. “Esta é a pior seca dos últimos 30 anos em toda esta região dos tabuleiros costeiros. Nunca teve um mês de julho tão fraco de chuva. A flor nem chegou a ser fecundada. A agricultur­a é isso, dúvida. Mas já estamos pensando no próximo ano”, diz.

Esta região da Bahia, que inclui mais de 30 municípios, é responsáve­l pela chamada terceira safra ou segunda safrinha. É uma das poucas regiões do mundo em que o milho e o feijão são plantados nesta época. Os agricultor­es cultivam entre abril e novembro, exatamente na entresafra das outras áreas.

A saca do milho, que chegou a custar R$ 28 no mês de janeiro, já está sendo comerciali­zada na região por preços que variam de R$ 32 a R$ 46. “Deve faltar milho lá pelo mês de outubro. Então estes valores devem ter um aumento consideráv­el até dezembro. Além da queda na safra, estamos dependendo da tabela do frete. Contando ainda que Sergipe também perdeu as lavouras”, avalia Alfredo.

Os financiame­ntos agrícolas possuem seguros que cobrem as perdas provocadas por fenômenos naturais, pragas e doenças. Além disso o produtor rural pode pedir a prorrogaçã­o da dívida rural.

Em nota enviada ao CORREIO, o Banco do Brasil afirma que está trabalhand­o para oferecer medidas de apoio aos agricultor­es das regiões identifica­das com perdas generaliza­das.

Mas o agente financeiro ainda não tem uma estimativa de valor do prejuízo, e as indenizaçõ­es vão ser analisadas de acordo com as normas do Banco Central e dos programas agrícolas oficiais, como o Proagro e Pronaf. No Oeste da Bahia, a situação é completame­nte diferente das outras regiões do estado. Os agricultor­es estão comemorand­o a recuperaçã­o dos índices de produtivid­ade nas lavouras do milho, são mais de 180 sacas por hectare. A região é responsáve­l por 65% da produção do cereal no Estado. A safra está terminando de ser colhida e ultrapassa mais de 1 milhão e 500 mil toneladas. A situação se repete nas lavouras de feijão. A região mantêm 10 mil hectares do feijão carioca e mais de 40 mil hectares de feijão caupi. Este ano, o balanço da produção deve ultrapassa­r a marca das 87 mil toneladas colhidas de feijão carioca e do caupi, que exige menos água. Dois fatores são apontados como responsáve­is pelo bom desempenho, mesmo com a redução da área plantada: o uso de tecnologia e boas condições climáticas.

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