Correio da Bahia

Dupla homenagem Mostra no Instituto ACM celebra amizade entre Antônio Carlos Magalhães e Mario Cravo

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Use uma linha de tratamento para devolver a densidade: o cabelo branco vem mais poroso, com a falta do pigmento que o deixa com essa textura. Mas precisa ser um produto com óleo essencial, voltado para o tratamento de verdade e não um produto que faça uma maquiagem. Peça dicas em sua loja preferida.

Inclua, em seu ritual de lavagem, um shampoo antiaging para cuidar do envelhecim­ento do fio, que é natural. A ideia é dar mais corpo ao fio que fica mais poroso com a ausência de pigmentaçã­o. A recomendaç­ão é que não seja de uso diário. esse movimento. Mais do que qualquer coisa, é libertador! É um movimento de não esconder sua raiz”, sorri.

O branco, de fato, exige cuidados especiais por ser um fio naturalmen­te mais poroso e ressecado, por conta da falta de melanina. “Igual à transição de parar de alisar, tem a transição de parar de colorir”, explica o cabeleirei­ro Ed Santana, 37. À frente do salão Descabelad­o, Ed recebe inúmeras clientes com vontade de se livrar da tinta. Seja porque não aguentam mais ir ao salão toda hora, seja porque estão com alergia ao produto, ou porque discordam do padrão.

A partir daí, são diversos os caminhos. Tem as que não pintam e invistem em produtos que deixam o branco mais iluminado. Há quem faça mechas claras e há quem inove misturando branco com tons de roxo. “Não tem certo, nem errado. O cabelo vem como um convite para a pessoa viver uma mudança maior na vida e fazer as pazes com o espelho”, destaca Ed.

As mulheres estão, portanto, “nesse processo de aprender a lidar com as mudanças”, destaca a psicóloga e professora doutora da Universida­de Ruy Barbosa, Marlene Brito Pereira, 49. “Como temos a ideia que a beleza está na juventude, em muitas situações o cabelo branco vem associado à perda e à velhice. Mas não é necessaria­mente assim. Começamos a envelhecer assim que nascemos”, destaca.

Por isso, “muitas mulheres se veem em uma situação de isolamento, quando aparece um simples fio branco, que já aponta e o estigma vem com força”. “No Brasil, são mais de 30 milhões de brasileiro­s acima de 60 anos. Aí a gente se pergunta: quando vamos nos prepara para lidar com essa realidade e pensar nesse processo como algo natural?”, provoca Marlene.

Apenas o fato de assumir o visual grisalho já inspira outras pessoas, por isso as personalid­ades acabam contribuin­do ainda mais com o debate. Um exemplo é a atriz paulista Cassia Kis, 60, que viveu Claudine na novela Segundo Sol, e desfila elegância com seu visual. Inspirada nas mulheres que viu na Europa, há 35 anos, Cassia destaca que “nossa cultura nunca foi de manter os cabelos brancos”.

A atriz não nega: acha seu cabelo “muito elegante e lindo”. “Aceito todos os elogios que recebo”, diz bem-humorada. Então conta que nunca usou tinta pesada no cabelo. “Na única vez em que tive de pintar mesmo para um personagem, chorei desesperad­amente, porque meu cabelo ficou destruído. Fiquei convicta de que tintura seria um caminho ruim pra mim”, revela Cassia.

Hoje, inspirada na mãe que “sempre teve um cabelo deslumbran­te”, Cassia diz que quer deixar o cabelo crescer. A ideia, explica bem-humorada, é “ficar um grisalho lindo até a cintura, para uma empresa daqui a cinco anos chamar para uma campanha”. “Quero estar aos 65 anos linda de morrer, mostrar uma mulher num caminho mais natural e mostrar como sem plástica e tintura é possível ficar interessan­te”, convida.

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