Correio da Bahia

TRI avalia lógica de resultados Seo estudante acerta uma equação e erra uma conta de soma, o sistema pressupõe que o acerto aconteceu no chute Neylon Barboza

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O segundo dia de Enem conta com 90 questões, divididas em 45 de Ciências da Natureza e 45 de Matemática. Dessa forma, ao dispor de 5 horas para realizar todo o exame, o estudante tem uma média de 3,3 minutos para resolver cada questão.

Mas isso não vira regra, uma vez que o MEC utiliza o método TRI para calcular a nota dos estudantes. Essa pontuação funciona como uma régua, na qual a nota 500 é a média de notas obtidas em exames das edições anteriores, e as questões são divididas em fáceis, médias e difíceis, consideran­do o grau de complexida­de de cada uma delas.

Dessa forma, no momento da correção do gabarito, se um aluno teve mais acertos de questões médias e difíceis, o sistema pressupõe que os problemas fáceis, tidos como pré-requisitos para os demais, não foram resolvidos de maneira adequada. Há, portanto, a perda de uma pontuação maior pelo aluno. Ou seja, cada nota depende do desempenho do estudante nessa divisão e não apenas no número de questões acertadas.

O professor Neylon Barboza, que ensina Atualidade­s, Filosofia e Sociologia no Colégio Vitória Régia, em Salvador, explicou o sistema TRI a partir da comparação entre operações simples da Matemática. “Se o estudante acerta uma equação e erra uma conta de soma, o sistema pressupõe que o acerto aconteceu no chute, sem que o aluno tivesse certeza da resposta marcada, e isso impacta na nota final. Há pré-requisitos entre as questões, ou seja, acertar uma difícil significa que deve-se acertar uma fácil também”, afirmou.

Essa divisão de complexida­de das questões é um dos pontos indicados pelos educadores para os benefícios dos 30 minutos extras aplicado às provas de Matemática e Ciências da Natureza. A diretora do ensino médio do Colégio Vitória Régia, Débora Dove, ressaltou que o aluno “pode utilizar o tempo que sobrar para focar no que tenha mais dificuldad­e”.

Ainda segundo a educadora, uma dica para o aluno é aconselhar ele “a fazer um ciclo de respostas, resolvendo questões de diferentes disciplina­s em blocos, o que permite que ele responda, às vezes, as mais fáceis de cada matéria mais rápido, o que faz com que sobre tempo extra para as demais”.

Para o aluno do 3º ano do ensino médio Gabriel Andrade, que pretende utilizar a nota do Enem para entrar em uma faculdade de Direito, “às vezes, o nervosismo faz o estudante errar uma questão fácil e ele pode aproveitar o tempo extra para rever e modificar, se for necessário, a resposta”, comentou o estudante.

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