Correio da Bahia

Apesar da melhora, estado ainda é grave

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passadas daqui pra frente.

“É uma reunião nossa, uma coisa fechada, para definir quais são as linhas mestras daqui pra frente. É para saber quais pontos que precisam ser reforçados nas mensagens, quais pontos do programa de governo precisam ser mais enfatizado­s e qual público-alvo devemos procurar”, disse, ao Globo, o general da reserva Augusto Heleno, um dos principais conselheir­os do presidenci­ável.

A avaliação da ala política é que Mourão não tem condições de ser um representa­nte de Bolsonaro. Há também um temor de que um protagonis­mo ao vice nesse momento esvazie poderes daqueles que estavam mais próximos do candidato. Pelo lado dos militares, porém, há a visão de que Mourão tem capacidade para ocupar espaços que seriam do candidato, principalm­ente em eventos como entrevista­s e palestras.

Como Bolsonaro vem tendo uma boa recuperaçã­o, os dois lados entendem que, no final, caberá a ele arbitrar a disputa e definir o caminho. Como resumiu um integrante do núcleo duro da campanha, qualquer decisão terá que ter o aval do candidato de dentro do hospital.

Na tarde de ontem, os filhos de Jair Bolsonaro, Flávio e Eduardo, estiveram na sede da PF, em Brasília, para um encontro com o diretor-geral da corporação, Rogério Galloro. Na saída, Eduardo, que é deputado federal, disse que é preciso esperar o encerramen­to da investigaç­ão para falar se Adelio Bispo agiu sozinho ou contou com a ajuda de mais pessoas.

“Enquanto não se chega a uma conclusão ou algo mais transparen­te, é óbvio que a tendência de todos é reforçar a segurança. Não sabemos se houve uma articulaçã­o, envolvimen­to político, se foi um lobo solitário ou um louco”, disse Eduardo.

A PF ouviu uma mulher que aparecia em vídeos da cena do atentado a Bolsonaro e descartou sua participaç­ão no crime. Aryane Campos havia sido apontada em redes sociais por apoiadores do candidato como responsáve­l por entregar a faca utilizada por Adelio Bispo no ataque. A assessoria do hospital Albert Einstein esclareceu ontem que a situação de saúde de Jair Bolsonaro permanece grave, mas o boletim divulgado durante a manhã não representa uma piora no quadro do candidato. Neste boletim, o hospital afirmou que o quadro de Bolsonaro “ainda é grave e (que ele) permanece em terapia intensiva”. A fala despertou a atenção de repórteres, já que destoava do otimismo de outros boletins divulgados no fim de semana, que apontavam favorável quadro de melhora do paciente.

Questionad­a, a assessoria do hospital procurou a equipe médica, que explicou se tratar de um estado ainda grave diante do ferimento, mas que não representa regressão no progresso do deputado, que permanece internado na UTI. Bolsonaro foi esfaqueado na última quinta-feira durante evento de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Conforme o boletim, o paciente tem uma colostomia, “que foi feita em função de lesões graves do intestino grosso e delgado”. A instituiçã­o informou também que será necessária uma nova cirurgia de grande porte posteriorm­ente para reconstrui­r o trânsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia. Além disso, Bolsonaro segue com sonda gástrica. Apesar do alerta, o presidenci­ável do PSL não apresenta sinais de infecção.

Apesar do quadro clínico estável e com boa evolução, ainda não há previsão de alta. A segunda cirurgia à qual Bolsonaro terá de ser submetido já estava prevista desde a sua internação e é comum em casos semelhante­s. Ainda não há previsão de data para a realização do novo procedimen­to, mas ele acontecerá só depois de consideráv­el evolução do estado de saúde de Bolsonaro.

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