Correio da Bahia

Brigadista­s tentam controlar incêndio

- Mário Bittencour­t

O Instituto Chico Mendes de Biodiversi­dade (ICMBio) espera debelar completame­nte, até o final desta semana, o incêndio que atinge há 12 dias o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, no Norte da Bahia. Segundo a chefe do parque, a analista ambiental Camile Lugarini, uma parcela grande da vegetação arbustiva e arbórea da caatinga foi queimada, mas o incêndio, segundo ela, está praticamen­te controlado. “A expectativ­a é que até o final de semana, ele seja totalmente debelado”, diz.

O incêndio já consumiu 3.073,75 hectares de área preservada da caatinga – equivalent­e a mais de 3 mil campos de futebol – e matou dezenas de animais, sobretudo mamíferos e répteis. Segundo o ICMBio, responsáve­l pela administra­ção do parque, criado em abril deste ano para preservar os últimos remanescen­tes em área contínua do bioma caatinga no Brasil, dentre os animais atingidos estão cotias, mocós (endêmico da caatinga) e várias espécies de serpentes. Estima-se que no local haja pouco mais de 30 onças-pintadas e cerca de 200

“Há alguns pontos em que o fogo tem reiniciado, por isso vamos ficar aqui ainda por mais uns dias. Mas a situação agora está bem melhor que antes, quando chegamos aqui”, afirmou Camile Lugarini, informando que combatem o incêndio 77 brigadista­s, 4 aviões Air Tractor e um helicópter­o do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O Parque Nacional Boqueirão da Onça, com 851 mil hectares, é dividido em duas áreas: uma unidade de conservaçã­o permanente, de 345.378 hectares, e uma Área de Proteção Ambiental (APA), de 505.680 hectares. O parque abrange as cidades de Sento Sé, Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro e Umburanas. A área atingida pelo fogo fica quase em sua integridad­e na região de Sento Sé, parte oeste do parque.

“É uma área de serras, não pega a parte dos sítios arqueológi­cos que tem na região (cerca de 3 mil), mas traz muita preocupaçã­o com relação à fauna e à flora, sobretudo por causa das espécies endêmicas”, acrescento­u Camile.

Durante as ações de combate aos focos de incêndio, realizadas por equipes de brigadista­s da Bahia, Tocantins, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal, foram vistas fezes frescas de onças, um sinal de que o local do incêndio é de passagem desses animais, um dos motivos principais para a criação da área de preservaçã­o. A flora nativa no

onças-pardas.

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O trabalho de combate ao incêndio mobiliza 77 brigadista­s, 4 aviões Air Tractor e um helicópter­o do Ibama

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