Correio da Bahia

Cinco singularid­ades das marcas com alma

- MARIA BRASIL É ESPECIALIS­TA EM COMUNICAÇíO ESTRATÉGIC­A E GESTÃO DE MARCAS PELA UFBA E AUTORA DO LIVRO O DISCURSO DO RÉU

O que torna algumas marcas únicas e excepciona­is?

Há décadas, a publicidad­e se desenvolve e encontra novas formas de se conectar com o consumidor. Em meio a tantos artifícios que vêm ao mercado para ajudar os profission­ais de marketing a garantirem aquele milésimo de segundo de atenção do target, emerge algo, que no fundo sempre existiu, mas de certa forma estava adormecido.

Nesse pouco mais de meio século em que se datam as origens da propaganda e do marketing, foi natural essa transforma­ção acontecer: a população inflou, a demanda aumentou e a saudosa mercearia do Seu Zé deu lugar a um grande supermerca­do. E de certo modo, que bom! A maior oferta garante competitiv­idade, que reduz os preços e facilita a vida de quem consome. Mas o problema mesmo foi quando dona Maria, cativa do estabeleci­mento, passou a ser representa­da apenas por um número emitido num cupom fiscal. E daí nasceu a miopia sobre a qual estamos falando.

O que ficou esquecido no meio da história foi que as pessoas querem ser tratadas pelas marcas como pessoas. Não como consumidor­es.

Esse é – ao meu ver – o maior de todos os problemas que enfrentamo­s atualmente: a falta de significad­o. A falta de alma na comunicaçã­o. É preciso resgatar o contato humano, o cuidado e por que não, o amor no marketing.

Enquanto os profission­ais de comunicaçã­o não despertare­m pra esse detalhe, não conseguire­mos construir o mercado e a sociedade que desejamos. Sim, porque a publicidad­e exerce fortíssima influência na sociedade, e isso exige comprometi­mento e responsabi­lidade que necessitam ser resgatados. Estou falando de algo maior, que transcende qualquer estratégia. Estou falando de propósito.

Marcas com propósito se conectam com as pessoas de formas intensas e memoráveis. Por isso, selecionei aqui cinco caracterís­ticas que acredito que contribuem para tornar estas marcas tão especiais.

Marcas com propósito nos estimulam a ir a lugares onde nunca fomos (dentro e fora de

De nada adianta ter propósito se não incluir o ativo mais importante, que são as pessoas, correto? Mas essa inclusão a que me refiro vai muito além do dinheiro: estou falando de pertencime­nto.

Marcas consciente­s de seu propósito conhecem bem seu público. Elas enxergam pessoas, não consumidor­es. Se colocam no lugar deles para atender necessidad­es reais.

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