Correio da Bahia

Tucano preso no Paraná

- Das agências

O ex-governador do Paraná Beto Richa, candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso na manhã de ontem, em Curitiba, na Operação Radiopatru­lha do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. Também foram presos Fernanda Richa, mulher do tucano, Pepe Richa, irmão do candidato, e Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do estado. O casal foi levado para a sede do Gaeco e ficará à disposição da Justiça.

A Polícia Federal foi à sede do Palácio Iguaçu atrás de registros de entrada no edifício e nos gabinetes do ex-governador do Paraná. O tucano também teve seu escritório político vasculhado pelos promotores do Gaeco.

O Ministério Público do Paraná cumpriu, ao todo, 15 mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu. Também foram presos ex-secretário­s de governo e empresário­s. O empresário Joel Malucelli, dono do grupo J. Malucelli e suplente do candidato à Presidênci­a Álvaro Dias, também teve a prisão decretada. Ele, entretanto, não foi localizado em sua casa em Curitiba.

As prisões estão relacionad­as a investigaç­ões sobre o Programa Patrulha do Campo, entre 2012 e 2014. Segundo o inquérito, há indícios de direcionam­ento de licitação para beneficiar empresário­s e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.

Uma das principais provas obtidas pelo Gaeco, que levou à prisão do ex-governador, é uma gravação em que o tucano admite o recebiment­o de propina por parte das empreiteir­as que participav­am da Patrulha do Campo, programa destinado à manutenção de estradas rurais no interior do Paraná. No áudio, Richa afirma a um interlocut­or que já havia recebido o “tico-tico” de uma das empreiteir­as. Além desta ação do Gaeco, Deonilson Roldo e Beto Richa também são alvos da 53ª Lava Jato. A Operação Piloto investiga um suposto pagamento milionário de vantagem indevida, em 2014, pelo Setor de Operações Estruturad­as do Grupo Odebrecht, o departamen­to de propina da empreiteir­a, para agentes públicos e privados no estado do Paraná.

Segundo a Polícia Federal, a contrapart­ida seria um possível direcionam­ento do processo licitatóri­o para investimen­to na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceira público-privada. A obra foi contratada por R$ 7,2 bilhões.

As condutas investigad­as na Lava Jato podem configurar delitos de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. O nome dado à operação policial remete ao codinome atribuído pela Odebrecht em seus controles de repasses de pagamentos indevidos a um investigad­o nesta operação policial. Os presos da Lava Jato foram levados à Superinten­dência da Polícia Federal em Curitiba, onde está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Operação Piloto foi autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro. Para o magistrado, o suposto esquema de corrupção na gestão do tucano “não se trata de um crime trivial”. Segundo Moro, trata-se de “complexas operações de lavagem (de dinheiro) em esquema criminoso que trans-

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Polícia Federal na Bahia cumpriu ontem um mandado de busca e apreensão como parte da Operação Piloto
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Ex-governador Beto Richa foi preso em operação do Gaeco

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