Correio da Bahia

Oeste é a região mais afetada

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Segundo a ONG Observatór­io do Clima, a Bahia perdeu quase 4 milhões de hectares de áreas de florestas entre

1985 e 2017, ano em que foram registrado­s 26,7 milhões de hectares com florestas nativas. As perdas se dão por incêndios e desmatamen­to florestal para exploração de madeira e criação de pastagens.

Em 2017, foram registrada­s ocorrência­s de incêndios florestais em todo o estado da Bahia, sendo os maiores números de ocorrência­s em Pilão Arcado, Formosa do Rio Preto, Correntina, São Desidério, Santa Rita de Cássia, Barra, Barreiras, Jaborandi, Cocos, Riachão das Neves, Luís Eduardo Magalhães, Rio do Pires, Piatã e Rio de Contas.

Pesquisado­r da ONG, o especialis­ta em Geotecnolo­gias Washington Franca informa que os municípios que têm mais focos de calor (incêndios ou queimadas) durante os últimos dez anos são os do Oeste da Bahia: Formosa do Rio Preto, São Desidério, Santa Rita de Cássia, Barra, Cocos, Correntina e Cotegipe.

“Formosa do Rio Preto é o que apresenta maior número de focos de calor durante os 10 anos de observaçõe­s, esse fato pode estar relacionad­o ao fato desse município possuir muitas áreas ainda vegetadas, tendo assim, material combustíve­l disponível para os recorrente­s incêndios”, disse.

Em Piatã, na Chapada Diamantina, ocorre situação semelhante. A vegetação que há na área da Serra do Tromba tem sido consumida pelo fogo, que se espalhou com facilidade com a força dos ventos, com as temperatur­as relativame­nte altas para essa época do ano – o máximo foi de 26°C ontem.

Por lá, está sendo esperada a chegada do helicópter­o do Grupamento Aéreo (Graer), unidade da Polícia Militar da Bahia, autorizado desde segunda-feira pelo governador Rui Costa para ser usado no combate ao incêndio.

Sem a aeronave, o trabalho de brigadista­s e membros do Corpo de Bombeiros tem sido quase dobrado porque os locais onde as chamas estão são quase impossívei­s de serem alcançados por via terrestre. Até o momento, só uma aeronave motoplanad­or do Graer (usada para monitorame­nto) sobrevoou o local.

A aeronave é para atuar no transporte dos combatente­s (voluntário­s e do Corpo de Bombeiros), equipament­os, ferramenta­s e logística necessária, e realiza combate direto através da utilização do bambi-bucket, uma espécie de bolsa para lançamento de água no combate aéreo a incêndios.

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