Correio da Bahia

Aluno baleado em quadra reclama de dores

- * COM ORIENTAÇÃO DO CHEFE DE REPORTAGEM JORGE GAUTHIER

nhou de um dos bandidos. Pais de alunos disseram que raramente veem policiamen­to na Avenida Joana Angélica. “Vez ou outra passa uma viatura. Mas os alunos estão aqui todos os dias e, por isso, precisamos de policiais na mesma proporção”, reclamou o pai de um aluno do Colégio Sagrado.

Como se vê, conseguir o relato de vítimas na região não é das tarefas mais difíceis. A impressão que fica é que todo mundo já sofreu ou pelo menos presenciou quem tenha sido assaltado no local. O estudante Luiz Paulo, 16, do Colégio Salesiano, contou que “está dando sorte neste ano”, mas que, no ano passado, foi assaltado quando voltava para casa. O garoto cursa o segundo ano do ensino médio e diz que sente “medo de andar na rua. Principalm­ente em aulas durante a noite”.

O CORREIO encontrou um grupo de estudantes do curso técnico de radiologia que, por conta das ocorrência­s de assalto, passou a andar junto para voltar para casa. “Ficamos sabendo dos casos dos ladrões agindo com uniformes escolares, mas também usando fardas de empresas”, contou Webster Cardoso, 22, na companhia dos colegas Isaac Bonfim Araújo, 22, e dos irmãos Albert e Alberto Barreto, 19. O menino de 12 anos atingido por dois tiros enquanto participav­a de uma aula de capoeira na quadra compartilh­ada pela Escola Municipal João Pedro dos Santos e a escola estadual de mesmo nome, na Avenida Bonocô, continua com um dos projéteis alojados nas nádegas.

O crime aconteceu na noite de terça-feira (11). A família afirma que foram policiais que atiraram na vítima. Já a PM informou que socorreu o menino após receber um chamado.

Conforme uma das tias do garoto, que preferiu não se identifica­r, o sobrinho reclama de dores nas pernas e nas costas. “Ele está sofrendo muito com as dores no corpo. Hoje, a médica colocou ele para andar e foi bastante doloroso”, disse a tia ao CORREIO, na tarde de ontem.

Segundo a mulher, embora sinta incômodos, os médicos do Hospital Geral do Estado (HGE), onde a vítima está internada, afirmaram que devem dar alta ao garoto hoje.

“Nós não concordamo­s com a alta. A gente fica pensando: ‘Como ele vai vir para casa com uma bala alojada? A gente queria mesmo que ele passasse por uma cirurgia”. A reportagem procurou a assistênci­a social do HGE, mas não obteve retorno.

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