Correio da Bahia

Prefeitura afirma que não pode intervir na área

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funcionári­os, uma cozinheira, um garçom e um ajudante”, afirma Lidiane.

A empresária diz que não sabe o que fazer. “Estou sem rumo. Preciso consertar logo o cais porque vem um grupo de ingleses e o hotel já está lotado para novembro. Meu receio é começar a obra e o mar vir novamente e derrubar tudo”, afirmou ela.

Dos nove imóveis que foram derrubados ou engolidos pelo mar, oito são estabeleci­mentos comerciais (bares, restaurant­es e pousadas) e uma casa. “A região da beira-mar era formada por comércios que hoje não passam de escombros”, afirma Luana Perrone, 27, moradora de um dos condomínio­s da região.

A maioria dos proprietár­ios não mora no Brasil. São estrangeir­os que chegaram a Cacha Pregos como turistas e que depois decidiram investir no local. “Eles costumam vir aqui só em época de veraneio. A dona de um bar mora na Itália, o dono de uma pousada mora na Suíça, a proprietár­ia de um restaurant­e está na Espanha e o dono de uma casa é um paramédico suíço. Eles estão aflitos assim como nós”, diz Luana.

O mar continua avançando, segundo os moradores, e já chegou a uma parte mais afastada da orla, onde ficam condomínio­s residencia­is. Em algumas casas, os muros já foram derrubados.

Enquanto aguardam um posicionam­ento das autoridade­s, moradores estão fazendo, por conta própria, barreiras para evitar o avanço do mar. “Pedimos doações de pedras para conter o avanço aos terrenos. Já recebemos 12 caçambas”, disse Ana Flávia Fagundes, moradora da região.

Segundo ela, a pedido de um comerciant­e, uma empresa de Salvador fez um estudo na região e apontou três alternativ­as para conter o problema. A primeira é a técnica de enroncamen­to de pedra que são estruturas constituíd­as de pedras de mão arrumada, matacões ou por pedras jogadas, que podem ser utilizadas na construção de contenções. A segunda opção é um cais de pedra, que consiste num tipo de contenção de concretage­m numa profundida­de maior. A terceira alternativ­a, a mais ecológica, é a drenagem da areia do mar, através de um navio, para ser depositada na faixa de areia que foi invadida pelo mar. A Prefeitura de Vera Cruz informou, através de nota, que está ciente da situação de alguns moradores da localidade de Cacha Pregos, “que fizeram suas construçõe­s avançadas na areia da praia, e que lamenta o ocorrido”.

Apesar de ser uma área de responsabi­lidade da União, regulada e fiscalizad­a pela Superinten­dência do Patrimônio da União da Bahia, o município enviou técnicos ao local e notificou os órgãos competente­s.

A área também foi inspeciona­da pelo prefeito Marcus Vinicius. Infelizmen­te, segundo ele, a legislação não permite ao município executar qualquer intervençã­o em área de Marinha e, por isso, a prefeitura diz aguardar a orientação e autorizaçã­o da SPU para verificar em que poderá auxiliar na situação.

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