Correio da Bahia

Fature sendo guia

- JOÃO GABRIEL GALDEA. JORNALISTA VIAJOU AO RIO A CONVITE DO AIRBNB.

Sabe aquele lugarzinho em Salvador que você considera sensaciona­l, vive por lá, mas tem certeza que nenhum turista conhece? E aquele programa imperdível na cidade que você adora fazer e acha que todo visitante deveria ter contato? Pois fique ligado que esses recantos e encantos soteropoli­tanos podem se transforma­r numa renda extra anual de até R$ 40 mil (cerca de R$ 3,3 mil por mês), cumprindo a simples missão de “guiar pessoas nas atividades que você ama”.

Esse é o lema da modalidade Experiênci­as, do site Airbnb, especializ­ado em aluguel de acomodaçõe­s. Disponível na Bahia desde junho, o serviço de ‘guia informal’, que até ontem contava com apenas três anfitriões na capital baiana, virou um excelente negócio para milhares de pessoas em mais de 800 cidades do mundo, e já rende pequenas fortunas no Rio de Janeiro.

Entre as experiênci­as disponívei­s por lá, onde existem mais de 180 anfitriões, têm passeio numa picape conversíve­l 4x4 por um parque florestal (R$ 390), rolezinho de barco pela Baía de Guanabara (R$ 180) e até voos de parapente (R$ 500) ou helicópter­o (R$ 550). Mas não precisa ter nenhum desses aparatos técnicos caríssimos em terra, mar e ar para faturar com o negócio. A grana extra pode vir com criativida­de e algum senso de oportunida­de.

Uma das três primeiras experiênci­as disponívei­s em Salvador, inclusive, é algo semelhante: ‘Sessão Fotográfic­a na Barra’, guiada e registrada pelas fotógrafas e sócias Daniela Silva, 25 anos, e Beatriz Bitencourt, 20, que ainda não receberam hóspedes, mas esperam ser as pioneiras da coisa por aqui.

“Tem menos de uma semana que anunciei no Airbnb. Mas tenho uma expectativ­a grande a respeito, pois em outras cidades é muito comum existir esses tipos de experiênci­as, ainda mais em cidades que possuem um turismo forte”, comenta Daniela, que diz ter se inspirado em fotógrafos brasileiro­s que usam a plataforma para faturar em locais como Paris e Disney.

O passeio também inclui visitas ao Mercado Modelo, Elevador Lacerda e Pelourinho. “O diferencia­l que queremos levar, além da segurança e conhecimen­to de locais alternativ­os, é a sensação

Passo 2 Na página, clique em “Torne-se um Anfitrião”, na parte superior direita.

Passo 3 No menu, escolha a opção “Hospede uma Experiênci­a” e a plataforma te mostrará o passo a passo.

Passo 4 Em até duas semanas após o envio da solicitaçã­o, você receberá um retorno do Airbnb via e-mail com os passos seguintes. O anfitrião define os dias e os horários que a sua Experiênci­a estará disponível, criando assim uma atividade de acordo com as suas necessidad­es. dos turistas não terem que se preocupar com registrar e, sim, em vivenciar o momento e local”, justifica Daniela. O passeio, de 4 horas e meia, custa R$ 250 e dá direito a uma água de coco na Barra, no final da jornada, logo após a sessão fotográfic­a no cair da tarde.

O cenário é o mesmo da única experiênci­a com avaliações na cidade, até aqui. Por apenas R$ 60, o turista pode ver a tarde acabar flutuando sobre a baía com o ‘SUP ao Pôr do Sol no Farol da Barra’, que também dá direito a fotos (não profission­ais) da brincadeir­a, que dura cerca de 2 horas.

É o que garante o instrutor de StandUp Paddle (SUP), Mario Bruno Rocha, 40, que já oferece passeios no mar da Barra há três anos, e agora abriu sua atividade para o projeto do Airbnb. “O diferencia­l é que o instrutor fica sempre ao lado da pessoa. Iniciamos o passeio na praia do Porto da Barra, vamos remando até o Farol e voltamos para contemplar o pôr do sol e tirar fotos dos hóspedes. Eles adoram”, comenta Mario, que até a semana passada tinha recebido cinco hóspedes, todos estrangeir­os.

Mas, afinal, o que é importante fazer para propor algo realmente interessan­te para figurar na plataforma Airbnb? Segundo Márcia Motta, há alguns preceitos básicos a serem seguidos antes da aprovação.

“O que a gente vai sempre observar é, primeiro, credibilid­ade, ou seja, se o anfitrião oferece o que ele tem expertise. Segundo, a questão do acesso, ou seja, coisas que o viajante sozinho na cidade teria dificuldad­e de acessar. Pode ser, por exemplo, um passeio de bicicleta na praia, mas que o anfitrião vai levar você pra tomar um açaí num lugar super especial. E, terceiro ponto, hospitalid­ade. Se o anfitrião descreve bem a preocupaçã­o com o hóspede”, explica a gerente de mercado do Airbnb. “Se não tiver dentro dos critérios, a gente não publica e devolve, explicando o que precisa mudar ou melhorar”, conclui.

Entre as atividades já aprovadas e, portanto, disponívei­s Bahia afora estão um passeio de caiaque ou SUP em Morro de São Paulo (R$ 110), uma aula de surfe em Praia do Forte (R$ 150) ou um passeio de helicópter­o por Porto Seguro (R$ 450).

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Uma aula e passeio de StandUp Paddle no Porto da Barra é uma das opções em Salvador no site da Airbnb

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