Cebola teve a maior inflação de 2018
No início do mês de maio deste ano, o CORREIO mostrou que a cebola, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era o produto mais inflacionado do ano, com alta acumulada de 46,16% em Salvador e Região Metropolitana (RMS).
No final do mesmo mês de maio, a situação piorou. Além do preço alto, a hortaliça virou item raro nas feiras e mercados, por conta da crise de abastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros. A saca de cebola, vendida a R$ 50, saltou para R$ 560 na Ceasa de Simões Filho - mais de 1.000% de aumento. O quilo, que já tinha batido quase R$ 6, chegou a R$ 10.
Naquele mês, o causador do alto preço na cebola também era um fator climático: a chuva. No Nordeste e no Centro-Oeste no Brasil, choveu demais. No Sul do país, choveu de menos. O resultado foi uma perda de cerca de 30% no total da produção.
Na época, a Associação Nacional de Produtores de Cebola (Anace) explicou que, quando chove demais, a cebola fica exposta a doenças e vulnerável, gerando perda de qualidade. Na região de Irecê, uma das que mais produzem a hortaliça no estado, foram 97,5 mm de chuva em fevereiro e 78,1 mm em março.
O excesso de chuva fez com que a produtividade média de 100 toneladas por hectare na região de Irecê caísse para 70. A Anace já havia alertado para o risco de acúmulo do produto nos meses de setembro e outubro. Isso porque, com a alta dos preços em maio, muita gente decidiu plantar de novo. O resultado seria justamente o choque com as produções de Goiás, São Paulo e Santa Catarina, entre os maiores produtores do país.