Correio da Bahia

Erro pode custar 50% da Redação

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O candidato que fizer a Redação usando argumentos ou dados falsos corre o risco de perder a chance de entrar na universida­de. Segundo os professore­s, isso acontece porque essas distorções podem compromete­r até três das cinco competênci­as de avaliação, além de induzir o estudante ao erro nas questões objetivas.

A professora de Português e Redação do Colégio Villas, Alena Cairo, contou que as fake news têm impacto direto sobre o conteúdo do texto, o que compromete o rendimento do candidato. “Nesse caso, o estudante vai apresentar um repertório não legitimado, um projeto de desenvolvi­mento com falha”.

As notícias falsas serão avaliadas na competênci­a 3 da Redação, que trata dos argumentos apresentad­os no texto, mas também podem derrubar as notas da competênci­a 2 (que analisa a compreensã­o do candidato sobre o tema proposto), e pode induzi-lo a uma conclusão equivocada, que viole os Direitos Humanos, compromete­ndo a competênci­a 5 (que analisa a proposta de intervençã­o).

Preocupada, a estudante do 2º ano Samanta Santos, 16, contou que checa várias fontes antes de acreditar em algumas notícias. “Eu procuro a notícia em mais de um site. Se está apenas em um, deve ser fake”, disse.

Já o Ministério da Educação (MEC) afirmou, em nota, que a dissertaçã­o precisa ter argumentos sólidos e lembrou que a cópia integral de textos motivadore­s é motivo para zerar a nota. “Na Redação, o participan­te deverá defender uma tese – uma opinião a respeito do tema proposto –, apoiada em argumentos consistent­es, estruturad­os com coerência e coesão, formando uma unidade textual”, disse.

Os professore­s frisaram que mais do que quantidade é preciso escolher fontes com qualidade. “A nova base curricular prevê a discussão dessas e de outras questões relacionad­as ao papel da mídia na sociedade desde o ensino fundamenta­l”, afirmou a professora Alena Cairo.

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