Correio da Bahia

A importânci­a da Reforma Trabalhist­a para o comércio

- CARLOS DE SOUZA ANDRADE É PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO-BA

A Lei Federal nº 13467, de 2017, mais conhecida como Reforma Trabalhist­a, trouxe importante­s avanços para o mundo do trabalho. Para o comércio baiano, as novas formas de contrataçã­o e a possibilid­ade de desligamen­to por acordo estão sendo amplamente utilizadas, o que traz benefícios para todas as partes envolvidas na relação.

A nova legislação entrou em vigor no dia 11 de novembro de 2017 e, no final do primeiro mês de aplicação da norma, o Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos já registrava números positivos. Assim, somente durante os 19 primeiros dias de vigência, a Bahia foi o estado nordestino que mais lançou mão do desligamen­to por acordo (27 no total), que gerou maior saldo de emprego com o trabalho em tempo parcial (13 no total) e também o maior saldo na modalidade trabalho intermiten­te -298 postos, com destaque para a ocupação assistente de vendas, que respondeu por 90% das vagas geradas naquele mês.

Ao analisar os dados mensais publicados pelo Caged, podemos observar que o setor de Comércio e Serviços é a categoria econômica que mais se utiliza das novidades introduzid­as pela Reforma Trabalhist­a. Um bom exemplo é a ocupação auxiliar de vendas no comércio varejista: foram geradas nada menos que 2.125 vagas só nos primeiros seis meses de 2018.

Tal cenário também é notado quando se analisam os dados de geração de vagas por meio do contrato por tempo parcial, sendo a ocupação de vendedor do comércio varejista uma das mais procuradas. De igual modo, Comércio e Serviços têm sido os setores que mais lançam mão do desligamen­to por acordo, o que traz benefícios para todos os atores envolvidos na relação trabalhist­a, seja por dinamizar a economia, facilitar as contrataçõ­es, reduzir a informalid­ade e superar burocracia e custos operaciona­is e judiciais.

Nessa mesma linha, a nova lei, ao trazer mais segurança jurídica e inibir reclamaçõe­s trabalhist­as aventureir­as, racionaliz­ou as demandas, reduzindo em 46% os ajuizament­os em todo o país, entre dezembro de 2017 e março deste ano, em comparação ao mesmo período dos anos anteriores. Isso representa, em números absolutos, 381.270 processos a menos nos Tribunais Regionais do Trabalho.

Por isso tudo, vislumbram­os a importânci­a da Reforma Trabalhist­a para o setor terciário baiano, pois possibilit­ou a criação de novas vagas de emprego e a inclusão de novos trabalhado­res no mercado formal. Ainda esperamos mais avanços para o setor e também confiamos que o próximo governo continue a realizar as reformas que o país precisa para voltar a crescer, em especial as reformas Tributária e Previdenci­ária.

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