De ‘aviãozinho’ a gerente do tráfico: quem é Caíque
Ainda garoto, Antônio Caíque teve o destino igual ao de muitos outros meninos largados à própria sorte no Complexo do Nordeste de Amaralina, região formada por quatro comunidades carentes de Salvador. Ele foi cooptado pelo tráfico, começou nas funções de ‘aviãozinho’ e ‘olheiro’ e, na adolescência, exibia um fuzil que pesava mais do que seu corpo franzino.
A diferença é que a maioria dos meninos que cresceu junto com Caíque não chegou à sua idade – porque foi morta pela polícia ou por rivais –, e tampouco à sua posição – isso em relação aos que ainda vivem.
Com 24 anos, Caíque se tornou um dos gerentes da facção Comando da Paz
(CP), grupo criminoso que controla o tráfico nos bairros que formam o complexo: Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho.
Caíque é um dos olhos e gatilho de Joseval Bandeira, o Val Bandeira, que mesmo cumprindo pena na Unidade Especial Disciplinar (UED), no Complexo Penitenciário da Mata Escura, continuava mandando na região do Nordeste de Amaralina.
Em abril de 2017, ele foi incluído no Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Caíque passou a ocupar o Cinco de Copas do Baralho, como homicida, no lugar do traficante já morto Igor Ferreira da Conceição.
Quando foi preso, no último dia 6 de setembro, Antônio Caíque tinha quatro mandados de prisão em aberto, de acordo com informações da SSP-BA.
Ele foi capturado por policiais baianos, paulistas e por policiais federais após uma troca de informações entre as polícias. Caíque estava em Jaçanã, na cidade de São Paulo, onde, segundo informou à SSP-BA, vivia há três meses. Ele ficou preso na cidade por 20 dias, até ser transferido, anteontem, para Salvador.