Piscicultura dá salto na Bahia
Que os baianos gostam de consumir peixe, não é novidade. Mas fazer da piscicultura uma fonte de renda tem sido uma atividade nova para muitos produtores. A criação de peixes em cativeiro cresceu 49% na Bahia. O desempenho fez o estado subir duas posições no ranking nacional dos maiores criadores, passando a ocupar a 11ª posição. Foram produzidas 16 mil toneladas de peixes em cativeiro só no ano passado.
Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal, divulgada ontem pelo IBGE. O levantamento mostra ainda que um município baiano se destaca no cenário nacional da piscicultura. Em dois anos, Glória, no Norte do estado, aumentou a produção em 67,9%, e avançou da nona para a terceira posição entre os maiores produtores do Brasil.
“Além do incremento da produção em Glória, as nossas equipes identificaram novos estabelecimentos agropecuários de criação de peixes nesta mesma região. Isto influenciou também neste crescimento”, diz Luis Alberto Pacheco, agente de supervisão agropecuária do IBGE.
Assim como no restante do país, a tilápia é a principal espécie criada na região. O crescimento é tão sólido que vai na contramão da tendência nacional de queda da atividade. No Brasil, a criação em cativeiro registrou queda de 2,6%. O município de Glória só é ultrapassado por Nova Aurora, no Paraná, e Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul.
“Esta região tem dois reservatórios que permitem a criação de peixes, que são os reservatórios de Moxotó e Itaparica. Eles tornam a área propícia para o desenvolvimento desta atividade. Muitas pessoas perceberam isso e começaram a investir. Outras pessoas até desistiram de sair da região por causa da aquicultura”, diz Jaqueline Chaves, engenheira de pesca e piscicultora há cinco anos.
A produção de alevinos, forma jovens de peixes, cresceu 5,4% nos últimos dois anos no Brasil. Muita gente mantém a criação de alevinos para revender aos piscicultores ou para os aquicultores, que criam peixes em aquários. Os baianos respondem por 10,9% do mercado. Paulo Afonso segue como maior produtor do país, respondendo por 9,4% da produção. Foram mais de 112.795 milheiros de alevinos - quase 1 em cada 10 existentes no país. O volume de produção ajudou a Bahia a ocupar a segunda posição nacional, ultrapassando São Paulo no ranking.
Segundo a pesquisa, a produção de mel gerou quase R$ 37 milhões na Bahia em 2017, cerca de 2% a mais do que no ano anterior. O montante produzido mostra uma valorização do produto no mercado, já que o valor arrecadado com as vendas aumentou, ao contrário do volume de produção que registrou queda de 4,8%. Em 2017 foram produzidas 3,5 mil toneladas de mel no estado. A Bahia ocupa a sétima posição no ranking nacional.
Estima-se que a criação de abelhas gere renda para mais de 20 mil famílias na Bahia. O preço do litro de mel de abelha com ferrão varia de R$ 30 a R$ 50. Já o litro de mel de abelha sem ferrão sai, em média, por R$ 300. Os criadores de abelhas geram renda ainda com a venda da própolis, da cera e com o “aluguel” de abelhas para polinização das lavouras.
Campo Alegre de Lourdes, no Norte do estado, em pleno polígono da seca, produziu 52,2% a mais em 2017 e subiu três posições no ranking, passando a ser o terceiro maior produtor de mel do país. A atividade é a principal fonte de renda para três mil apicultores do município, que retiraram