Críticas a Rui e eleição federal são destaques
Na reta final da disputa pelo governo do estado, os cinco principais candidatos ao governo da Bahia apresentaram os seus projetos para o governo baiano no tradicional debate da TV Bahia. No encontro mediado pelo jornalista Marcio Gomes, o atual governador e candidato à reeleição, Rui Costa (PT) foi questionado por atos em seus três anos e meio de governo, em um encontro que foi marcado ainda por pedidos de votos aos candidatos que disputam a Presidência da República.
A cinco dias da primeiro turno das eleições, alguns dos principais líderes políticos do estado estiveram ontem na sede da Rede Bahia para participar do debate, ou acompanhar seus candidatos. O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, o ex-governador Jaques Wagner (PT), o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Angelo Coronel (PSD) foram alguns deles.
Por quatro vezes, o ex-prefeito de Feira de Santana Zé Ronaldo (DEM) criticou as respostas dadas por Rui Costa durante o debate. “Ele foge das respostas”, criticou. “Agora que o can- didato dele (Rui Costa) vai perder a eleição para presidente da República, ele vem falar dessas promessas que fez e nunca cumpriu”, ressaltou. “Toda vez que a gente fala da fila da regulação na saúde, o governador foge do assunto”, reforçou Ronaldo.
Mesmo quando não era o alvo da pergunta, o governador foi citado pelos demais candidatos. No primeiro bloco, Zé Ronaldo se dirigiu a Rui, para questioná-lo sobre segurança pública. Rui Costa defendeu a necessidade de endurecer as leis criminais. “A propaganda é muito grande, são 550 milhões (de reais). É por isso que falta dinheiro para a polícia”, acusou Zé Ronaldo.
“Nós contratamos 6,5 mil policiais. Se aposentaram quatro mil. Temos um saldo, mas não vamos parar por aí”, respondeu Rui.
Por duas vezes, Marcos Mendes (Psol) e João Santana (MDB) trocaram questionamentos a respeito da agricultura. Enquanto o psolista defendeu a agricultura familiar e criticou o agronegócio – para ele, poluente –, Santana apontou a atividade como fundamental para o desenvolvimento econômico da Bahia, em um tripé, ao lado do turismo e da formação técnica de jovens.
Durante pergunta para Rui, Marcos Mendes lembrou da morte de jovens no Cabula: “o senhor ainda considera aqueles policiais artilheiros diante do gol?”. Sem citar diretamente o caso, o governador respondeu que os bandidos usam armamento de alto calibre.
Em sua resposta, João Santana reclamou do “bate bola entre Rui e João Henrique”, enquanto ambos pediam votos para seus candidatos à Presidência da República. João Santana ainda aproveitou para falar de suas realizações como ministro da Integração Nacional.
A carga tributária na Bahia foi mencionada pelos candidatos João Henrique, João Santana e Zé Ronaldo. Santana e Ronaldo destacaram a tributação que é aplicada sobre os combustíveis. “A Bahia tem o maior ICMS no óleo diesel para o caminhoneiro. Eu vou diminuir”, comprometeu-se o candidato do DEM, lembrando ainda que pretende atrair empresas do setor de serviços turísticos. “Vamos atrair com o centro de convenções que ACM Neto está construindo”, defendeu, citando o prefeito de Salvador.
Outro tema citado pelos candidatos foi a geração de empregos. João Henrique propôs a criação de um plano diretor para a geração de empregos na Bahia.
João Santana questionou Marcos Mendes sobre a política para os servidores. O candidato do Psol destacou que o governo atual seria o pior da história para os servidores. “São vários anos sem reajustes. Técnicos administrativos não tem nem vale alimentação, nem carreiras”, disse Mendes.
“O governador instituiu o vale coxinha. São nove reais, para a alimentação de servidores, por isso esse apelido”, criticou João Santana.
Todos os candidatos se comprometeram a resolver os problemas na fila da regulação na saúde do estado, apontada por eles como um grave problema.