Correio da Bahia

‘É um fenômeno’, afirma especialis­ta

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Professor do Departamen­to de Sociologia da Universida­de Federal da Bahia (Ufba), o cientista social Luiz Cláudio Lourenço traduz a relação entre as práticas criminosas e a polícia como uma briga de ‘gato e rato’.

Segundo ele, os criminosos estão sempre em busca de uma forma de delito que não esteja visada pela polícia. Assim, quando o modelo começa a chamar a atenção e as vítimas passam a ter maior consciênci­a de como se prevenir contra aquele tipo de crime, os bandidos encontram outras formas de agir e assim sucessivam­ente.

“Podemos interpreta­r que é, sim, um fenômeno [o número de ataques a carros-fortes]. Assim como já foi, por exemplo, os assaltos a bancos. As empresas investiram em segurança e aí começou uma onda de assaltos nas periferias das agências: nasceu a famosa saidinha bancária”, avalia.

“Depois disso, vieram os diversos assaltos a caixas eletrônico­s isolados, que gerou novos dispositiv­os como a mancha nas cédulas. Sempre fica nessa situação de gato e rato” - completa o professor.

Ainda não há um dado comparativ­o entre os estados brasileiro­s consolidad­o até o último mês de setembro. Mas, no primeiro semestre deste ano, a Bahia ocupou o segundo lugar no ranking de ataques no Brasil, com nove ocorrência­s - o mesmo número de registros no Ceará. O estado ficou atrás somente de São Paulo, com 10, e à frente de Pernambuco (7) e Paraná (6). Os números são da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV)

Em todo o ano de 2016, também de acordo com levantamen­to da Associação, a Bahia registrou oito ataques (ficou em 3º lugar, atrás de São Paulo e Pernambuco). Em 2017, foram 11 ataques, colocando a Bahia na 4ª posição do ranking.

O número de 17 ataques a carros-fortes na Bahia este ano é também contabiliz­ado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA). No entanto, a pasta afirma que, destes, 11 foram consumados. No ataque de ontem, a pasta afirma que não foi levado dinheiro, embora testemunha­s digam que um malote foi levado pelos criminosos.

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