Correio da Bahia

‘Batizada’ por Irmã Dulce e manicure de Tancredo

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Maria Crispina, 82 anos, estava numa agência para tirar a foto de sua campanha política como vereadora, em 2012, quando soube que precisaria de um nome eleitoral. O apelido, Mariinha, tinha pouco apelo, apesar de ser escolhido por Irmã Dulce, freira no Convento da Penha na época de seu nascimento. Escolheu Coração de Mãe não sabe bem por quê, mas o que se sabe é que é a candidata mais velha a concorrer a uma vaga de deputada federal na Bahia. De Dulce herdou o gosto pelo trabalho social.

Ainda jovem, aos 22, partiu para o Rio. Trabalhou, nos anos 50 e 60, num salão de beleza, onde conheceu políticos como Tancredo Neves, de quem era manicure e que dizia que ela tinha veia política, e João Goulart. Mas foi Leonel Brizola, fundador do PDT, que a convidou a entrar no partido. “Meus pais eram políticos natos na sua santa ignorância. Eles trabalhava­m numa fábrica e atuavam pelos direitos dos trabalhado­res”, lembra. Apesar disso, a política ficou na reserva durante muito tempo, enquanto foi manicure, taxista, cantora de coral.

Diz que só teve tempo de ser mãe de Maria Elizabete, 62. Quando decidiu atender ao chamado, tentou ser vereadora e duas vezes deputada. Não levou, mas segue na tentativa. “A gente tem esses tropeços, mas passamos porque somos fortes”.

Entre os projetos para quando chegar lá, tem clínica de fisioterap­ia no Subúrbio, que atenda pelo SUS. A filha, Elizabete, garante que ela consegue. “Minha mãe é uma heroína, me criou sozinha, não fica parada nunca”, revela a eleitora nº 1.

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