Correio da Bahia

Haddad vai de verde amarelo e sem o padrinho

- Donaldson Gomes e agências

Encanto Centrais sindicais também anunciaram ontem que vão apoiar Fernando Haddad, mas fizeram alertas para que a campanha mude a estratégia e comece a ‘encantar’ o povo. Os apoios são da Central Única dos Trabalhado­res (CUT), Força Sindical, União-Geral dos Trabalhado­res (UGT), Central dos Trabalhado­res e Trabalhado­ras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiro­s (CSB), Nova Central Sindical dos Trabalhado­res (NCST) e Intersindi­cal. Na tentativa de tirar a diferença de quase 18 milhões de votos entre ele e o candidato Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) trocou o tradiciona­l vermelho, marca do seu partido, pelo verde, amarelo e o azul da bandeira brasileira. A estrela, outra marca do partido, segue lá, mas diminuiu de tamanho no material de campanha que será utilizado no segundo turno.

Outra mudança será a redução nas aparições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo preso em Curitiba, foi o principal cabo eleitoral de Haddad até o último dia 7, quando aconteceu a votação em primeiro turno. Na foto oficial, Haddad e sua vice, Manuela D'Ávila (PC do B), usam blazer. Ele, azul. Ela, bordô. Em azul, está a inscrição “Todos pelo Brasil”. Lula não aparece mais no material.

A coordenaçã­o da candidatur­a petista à Presidênci­a acredita que Lula já cumpriu o seu papel na campanha de Haddad, levando-o para a disputa em segundo turno. Agora, o que se espera é que o candidato possa dialogar diretament­e com o eleitor e mostrar quem é, defendem.

Em vídeos para as redes sociais, Haddad começou a se apresentar como candidato sem citar o nome do padrinho político, como fez no primeiro turno da disputa. O afastament­o, segundo informaçõe­s da imprensa brasileira, atenderia um pedido de Lula.

Foi nesse processo de mostrar mais Haddad e menos Lula que o candidato à Presidênci­a da República rechaçou, na última segunda-feira, a proposta de formulação de uma nova Constituiç­ão para o país. Apesar de constar no programa de governo do PT e de ter sido defendida pe- lo candidato no primeiro turno, o que se diz é que a ideia nunca teve o apreço dele.

Na mesma linha, o petista que já chegou a ser chamado de tucano (expressão que caracteriz­a os membros do PSDB) dentro do partido dos trabalhado­res, defendeu em rede nacional a necessidad­e de construção de um governo focado em políticas da “social democracia”.

Na avaliação do governador reeleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), Fernando Haddad (PT) precisa ser mais do que o candidato do ex-presidente e mostrar quem é para vencer o segundo turno da eleição presidenci­al. Câmara sabe do que está falando. Ascendeu ao governo pernambuca­no como um nome indicado pelo falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.

“Tem que se apresentar, o povo ainda não conhece o Haddad. É o candidato do Lula, tem muito o que mostrar de uma trajetória pública importante e interessan­te”, declarou o pessebista, após uma reunião com o presidenci­ável na capital paulista.

Para defender que Haddad precisa reforçar sua própria imagem, o governador usou seu próprio exemplo, em 2014. “Eu fui candidato de Eduardo, mas depois o povo quis saber quem é o candidato de Eduardo”, explicou.

Fernando Haddad voltou a atacar o guru econômico de seu adversário neste segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista à rádio Caruaru. Reiterando que não pretende colocar um banqueiro no Ministério da Fazenda, caso vença este pleito, o ex-prefeito de São Paulo comparou a indicação de Paulo Guedes com “botar a raposa pra cuidar do galinheiro”. A expectativ­a no entorno de Haddad é que ele antecipe os nomes de até três futuros ministros seus, ainda no segundo turno da disputa. Um dos nomes seria para a área econômica, outro para a Educação e o terceiro para a área da segurança pública.

Na entrevista, ele foi indagado se soltaria Lula. “Quem vai soltar Lula é a Justiça, quando tiver seu recurso julgado. Todo mundo tem direito ao recurso, à apelação”, respondeu o candidato.

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Fernando Haddad vai tentar se apresentar para o eleitor brasileiro no segundo turno

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