Todo mundo com presente
O pequeno Miguel Melo, 10 anos, já tinha até imaginado que o presente podia não chegar ontem, Dia das Crianças. Achou que talvez o mimo só viesse lá pela quarta-feira – ainda mais após a decisão, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-5) de que os comerciários não trabalhem aos domingos e feriados até que seja assinado o acordo sobre a convenção coletiva da categoria.
Só que Miguel acabou tendo uma boa surpresa – mesmo diante de uma Avenida Sete de Setembro praticamente toda fechada. A mãe, a ialorixá Gabriela Fabiana, e a avó, Jucélia dos Santos, estavam indo em direção ao mercado quando notaram que pelo menos duas lojas com brinquedos estavam abertas. Em poucos minutos, ele escolheu o presente na primeira em que entrou.
Assim como a família de Miguel, muita gente decidiu tentar presentes de última hora. E, mesmo com shoppings fechados, as opções eram variadas: desde lojas que conseguiram abrir, de alguma forma, a lojas “âncoras” e ambulantes que aproveitavam o dia para impulsionar as vendas.
“A gente acabou deixando para agora por causa da correria, mas a mãe dele mora aqui do lado. Se não tivesse aberto, a gente não ia conseguir comprar nada hoje”, admite Jucélia. Mais novo de três irmãos, Miguel comemorou. “Só quem ganha presente lá em casa sou eu. Meus irmãos já são mais velhos”.
Na mesma loja, o cabo de turma Joabe Gonçalves e o segurança Genivaldo Silva, 33, tentavam se ajudar a encontrar presentes para os respectivos afilhados. Moradores de Pernambués, acabaram deixando para a última hora também por falta de tempo durante a semana. Acabaram recorrendo à Avenida Sete depois que viram que os shoppings estariam fechados.
“A gente não esperava achar algo aberto, mas viemos tentar, de qualquer forma”, contou Genivaldo. Joabe procurava uma máscara e um boneco do Capitão Américo para um dos afilhados. Pretendia gastar, no máximo, R$ 50 por presente. “Até agora, só achei do Homem de Ferro, mas ele só quer do Capitão América. Devem estar