Correio da Bahia

Comércio informal tem bom movimento

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A poucos metros dali, no Mundo das Utilidades, quem estava trabalhand­o eram os membros da família proprietár­ia. A estudante Sabrina da Silva, 17, que atendia no caixa da loja, admitiu que esperava um movimento maior. “Decidimos abrir para ver se vendia o resto dos brinquedos que ficaram aí”.

A doméstica Ana Cristina Santos, 47, e o autônomo Hamilton Júnior, 43, tinham recorrido ao estabeleci­mento na tentativa de encontrar presentes para os quatro netos dela.

“A correria não deixou vir antes. A gente decidiu vir na sorte mesmo, até porque sempre tem alguma loja aberta funcionand­o”, explicou Hamilton. Moradora de Cosme de Farias, Ana Cristina tinha recebido até alguns pedidos. “A de 1 ano e pouquinho pediu uma boneca que fala”, revelou, aos risos.

O técnico em enfermagem Eric França, 32, até tentou garantir o presente da pequena Maria Heloísa, 4, no dia anterior. O problema foi que os shoppings estavam lotados. Mesmo assim, foi com a pequena no Shopping Center Lapa. Embora a maioria das lojas estivesse fechada, ele conseguiu encontrar o presente nas Lojas Americanas do centro de compras.

Assim, ainda nas primeiras horas da manhã, a pequena garantiu uma boneca Baby Alive – uma das mais pedidas pelas meninas. “Já estava pedindo fazia tempo”, contou a menina, feliz com o presente. “Não ia deixar de comprar o presente dela”, garantiu o pai.

Os shoppings centers de salvador não podem exigir trabalho de seus empregados em lojas e unidades administra­tivas aos domingos e feriados até a celebração de nova convenção coletiva que regulament­e o assunto. A decisão é do juiz do Trabalho José Arnaldo de Oliveira, substituto da 18ª Vara do Trabalho de Salvador, que considerou o fato de a última convenção da categoria ter expirado em 28/2/2018.

Em sua decisão, o magistrado ainda estipulou uma multa de R$ 1 mil por cada empregado que comparecer nestes dias, revertida em favor do Sindicato dos Empregados no Comércio da Cidade do Salvador. O Sindicato dos Lojistas foi notificado da decisão na última sexta, por oficial de Justiça. Entre os vendedores ambulantes, muitos aproveitav­am para tentar atrair um público que ficou sem alternativ­a, com o fechamento das lojas dos shoppings centers. Foi o caso do técnico de conserto de celulares Rosevaldo Torres, 46, que, ao longo do ano, sequer vende brinquedos. No entanto, há um mês, começou a vender bonecas – uma versão parecida com a Barbie – e bonecos, pensando no Dia das Crianças.

“Eu estava vendendo no atacado, para os ambulantes. Vendemos bem, mas sobraram algumas. Por isso, decidi vir vender aqui o que sobrou. Hoje (ontem), é a primeira vez que venho para cá. Nem sabia que não ia encontrar o shopping aberto. Logo cedo, foi pouco movimento, agora que está melhorando”, disse ele.

O vendedor ambulante João Barbosa, 53, tem uma barraquinh­a de brinquedos há 10 anos na Avenida Joana Angélica. Das 8h às 10h da manhã de ontem, ele tinha vendido cerca de 20, mas esperava mais. “O fechamento das lojas acaba atrapalhan­do também. O pessoal não compra nas lojas, mas isso diminui o movimento de gente na rua”, explica.

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 ??  ?? Maria Heloísa ganhou, do pai, a Baby Alive que tanto queria
Maria Heloísa ganhou, do pai, a Baby Alive que tanto queria
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Rosevaldo aproveitou para faturar com a venda de bonecas

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