Bolsonaro chora ao falar da filha
Na volta do horário eleitoral na televisão, Jair Bolsonaro (PSL) recuperou um vídeo que divulgou nas redes sociais, onde apareceu com sua filha, Laura, a única mulher após ter tido quatro filhos homens. O capitão reformado do Exército chora ao relatar a reversão de vasectomia para que pudesse ter uma filha.
“A realização de grande parte das mulheres é ter filho. Então, eu desfiz a vasectomia”, diz ao soltar em seguida uma risada alta ao ouvir “te amo”, da filha. O programa é encerrado com seu pedido de voto. “Vamos eleger um presidente que vai fazer a nação crescer, pois precisamos de políticos honestos e patriotas”.
Bolsonaro também repetiu o ataque contra o PT e Haddad. O programa citou a ascensão do socialismo e “do comunismo” na América Latina, citou a criação do Foro de São Paulo, “grupo liderado por Lula e Fidel Castro (ex-presidente da Cuba)”. O programa do candidato do PSL informou que Cuba é o país mais atrasado do mundo, lembrou as crises na Vene- zuela e no Brasil, governado pelo PT entre 2003 e 2016.
Mas, segundo Relatório de Desenvolvimento Humano no mais recente (2014) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização das Nações Unidas (ONU), o menos desenvolvido na América Latina é o Haiti, em 168º dos 181 lugares. Cuba é a 73ª no ranking global de Índice de Desenvolvimento Humano e está à frente do Brasil (79º) e outros 16 países da região.
Assim como no rádio, declarações de pessoas procuraram afastar as acusações de racista e machista atribuídas a Bolsonaro. “Sou mulher e negra. PT nunca mais”, afirma uma apoiadora do deputado federal.
A facada que o candidato levou em 6 de setembro, um atentado político praticado por um militante de esquerda, é mostrada sob a abordagem da resiliência. No final, as palavras a serem lembradas no programa sobre a carreira de Bolsnaro como deputado são de um parlamentar “honesto”, “firme”, de “voz forte”, fora de “conchavos”.