Correio da Bahia

Doença misteriosa assusta condomínio

- Yasmin Garrido*

Os sintomas são bem claros: manchas vermelhas pelo corpo, principalm­ente braços e pernas, e muita coceira que duram entre cinco e seis dias. Isso é o que já sentiram 32 moradores de um mesmo condomínio no bairro de Patamares, em Salvador.

Ao todo, o conjunto habitacion­al, que tem 18 torres, reúne 1.622 apartament­os e uma área verde de 305 mil m², que fica ao lado do Parque de Pituaçu, um dos principais pontos da cidade com remanescen­tes de Mata Atlântica.

As informaçõe­s foram passadas pela Secretaria Municipal da Saúde, que investiga os casos ao lado do Centro de Informaçõe­s Estratégic­as em Vigilância em Saúde (Cievs), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

De acordo com a coordenado­ra do Cievs, Cristiane Cardozo, a principal suspeita é que os sintomas sejam causados por picadas de algum inseto ainda não identifica­do. “Nós já descartamo­s a hipótese de arbovírus, a exemplo de zika e chikunguny­a”, explicou.

Ainda segundo Cristiane, equipes dos órgãos de saúde foram ao condomínio e já conversara­m com os moradores. “Eles relatam que sentem um ardor rápido, o que chamam de pinicada, e depois as manchas aparecem e a coceira tem início. Mas ninguém consegue ver o inseto, o que nos leva a pensar que seja alguma coisa muito pequena”, afirmou. Segundo ela, as pessoas estão utilizando apenas pomadas, cremes e hidratante­s para aliviar a coceira.

Cristiane também destacou que tanto o CCZ quanto a Fiocruz já instalaram armadilhas no entorno do condomínio para tentar identifica­r o inseto ou outra coisa que possa estar causando os sintomas. “É possível que o número de casos aumente. Estamos em 32, por enquanto, e sabemos que o primeiro caso, que não entra nessa conta atual, aconteceu em agosto”, contou.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirmou que está cuidando de seis dos 32 casos já identifica­dos no

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