Zika vírus alarmou antes do diagnóstico
O aparecimento de doenças que, inicialmente, não têm nome nem causa definida já assustou a população baiana em outras épocas. O exemplo mais marcante é o da zika, surgida em meados de 2015.
A primeira suspeita era que as manchas vermelhas na pele dos baianos, que começaram a aparecer em fevereiro de 2015, estivessem relacionadas à dengue. Já em setembro daquele ano, nasceu o “paciente-zero”, um bebê com microcefalia, que teve um irmão gêmeo saudável. Foi aí que os pesquisadores despertaram a atenção para a gravidade da doença.
Em novembro do mesmo ano, os estados do Nordeste, inclusive a Bahia, começaram a decretar estado de emergência por causa do zika vírus, uma doença causada pela picada do mosquito Aedes aegypti. Em seguida, foi comprovado que a zika era uma das principais causas da microcefalia.
Outras doenças misteriosas também já assustaram os baianos. Quem não se lembra da “doença do peixe”, que surgiu em meados de 2016, tendo como sintomas urina preta e dores musculares?
Essa doença foi estudada por pesquisadores baianos, que descobriram se tratar de um tipo de mialgia aguda, possivelmente relacionada ao consumo de peixe, o que causava quadro de início súbito de fortes dores na região cervical e na região do trapézio, seguida por dores musculares intensas em braços, dorso, coxas e panturrilhas.
Já em março 2015, moradores de Camaçari, também se apavoraram com uma doença de causa não definida, que, inicialmente, atingiu 39 pessoas na cidade. Os sintomas eram semelhantes ao de agora, com vermelhidão e coceira na pele, mas com o diferencial da febre e dores no corpo. Ao final, o diagnóstico foi zika vírus.
Recentemente, no final de agosto deste ano, moradores de Coração de Maria, no Centro-Norte baiano, sofreram com a falta de diagnóstico para uma doença que atingiu parte da população. Os sintomas, semelhantes aos das arboviroses, foram relacionados à chikungunya.